A
ILHA ESCURA
M.Luiza C.Malina
Delicadas gaivotas
contrastam o branco de suas asas sobrevoando uma ilha escura que mais se parece
um monólito perdido em meio ao oceano com uma nesga água doce dourada escorrendo
de uma altura de 20 metros.
Relatam os marujos
que esta ilha era muito fértil, e frequentada
por piratas. Certo dia, um grupo de piratas de passagem pela ilha, ao partirem deixaram apenas um para trás,
que habilmente se protegera embaixo de uma velha embarcação.
Muito tempo depois, após
um grande naufrágio apenas uma linda jovem de cabelos da cor do sol, sobrevivera.
Pisava cuidadosamente nas areias macias
entrando na vegetação à procura de água doce quando num repente surge um
pirata. Ela impressiona-se com sua aparência de mago, numa mistura de jovem,
pai e avô, que a acolhe fraternalmente.
Os anos se passam e,
a cada dia a jovem esquecia-se de si.
Observava às escondidas que, aos primeiros raios de sol sobre a ilha, o pirata
se mantinha em postura altiva balbuciando estranhas palavras ao sol, o mesmo
acontecia ao pôr do sol e em noite de lua cheia.
Certo dia, não
aguentando mais sua curiosidade, pergunta-lhe docemente o significado de suas
palavras jogadas ao sol. Num relance, seu rosto se altera, levanta os braços em
direção da bela jovem e com a força do tempo a transforma em uma fonte d´água doce,
com todas as riquezas minerais da ilha, onde o sol acorda e dorme se banhado na
cor de seus cabelos.
A próspera ilha
transforma-se num monólito muito alto, escuro e de difícil acesso. Relatam os marujos, que lá ainda vive o
pirata guardião, e que com o aproximar de uma navegação ele acalma as ondas
para que os aventureiros marujos possam beber da fonte dourada, e quem dela
provar terá seus males curados e juventude eterna.
Sempre haverá um novo
dia, basta navegar a vida!
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