NICO. - MÁRIO AUGUSTO MACHADO PINTO.



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NICO.
MÁRIO AUGUSTO MACHADO PINTO.



Desde bebê Nico gostava de se movimentar. Quando pequeno, era verdadeiro pendulo, balançava as perninhas sem parar. Por gozação, os parentes diziam que o corpo dele tinha falta de magnésio. O pai entrava na brincadeira e dizia que ia comprar uma mina de magnésio. O problema, dizia, era “onde”?

Maiorzinho acrescentou os pés ao seu moto contínuo. Erguia as pernas mantendo-as como grudadas no céu ficando assim por horas. Rindo diziam as “comadres” Logo, logo vai ter varizes.

Seu pai tudo fazia para afastar o garoto da perdição a que ele mesmo se propunha: queria ser bailarino. Imagine! Bailarino! Nunca! Nem morto! Mas, não tinha jeito. Observava seu filho, o seu Nico andar como deslizando nas nuvens, sorrindo, alegre e contente da vida correndo tal qual gazela fugindo do predador. Era assim. Nada a fazer.

A vida de Nico corria sempre alegre, risonha e franca como num conto de fadas. Era vulcão em eterna erupção. Gostava da correria de ir à escola, ao balé, e fazer outras coisas. E foi correndo numa dessas idas e vindas que tropeçou num pedregulho, caiu e quebrou os tornozelos.

No atendimento exames revelaram osteoporose em ambas as pernas. Aos amigos que o visitavam dizia:

“Tenho caruncho nos ossos. Vou passar a vida andando pelos cantos qual barata fugindo de inseticida. ”

Ria-se, mas quando sozinho abria suas comportas e inundava suas lembranças.   

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