DOCE - MÁRIO AUGUSTO MACHADO PINTO.





 
DOCE
MÁRIO AUGUSTO MACHADO PINTO.



Correndo à sua frente, Bete dava a Alex a impressão de palmeira vergada açoitada pelo vento.

“Espere por mim” - Gritou.

Bete, fingindo não escutar corria a não mais poder para cumprir com seu objetivo: chegar ao cimo do morro um minuto antes de Alex. Nada mais importava. O premio era a ampla visão da pequena vila cortada pelo rio modorrento, o colorido dos abrigos do sol alugados pelos turistas postados enfeitando a pequena faixa ribeirinha de areia muito branca. Pareciam confeitos espalhados na cobertura açucarada de um bolo pronto para acompanhar o chá de fim de tarde.

Ofegante, chegava Alex quando Bete exclamou:

“Veja! Não parece torta de Pascoa?”

Apesar da fome Alex não disse nada. Não gostava de bolo com cobertura. Queria outro, isso sim. Aquele que Bete fazia. Aquele que o levava ao algodão doce das nuvens.

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