JÚLIO ENFRENTA O
PERIGO
Oswaldo
Romano
Logo na entrada da trilha que leva à
caverna, o medo tomou conta de Júlio. Trilha sinuosa e cheia de obstáculos. Do
lado direito um abismo profundo banhado pelo sol só ao meio-dia. Mesmo assim a
neblina impedia ver o riozinho que embaixo corria.
Quando o tempo permitia que aquela
neblina aflorasse, ela vinha impregnada de forte cheiro de ácido que fazia as pessoas
bambolear.
Júlio diante das cartas ameaçadoras que
recebia, resolveu enfrentar o perigo, primeiro da esburacada trilha e depois o
que viria pela frente. Todo esforço era para salvar seu irmão Marcos
desaparecido.
Seu irmão, metido a milionário,
provavelmente fez crer a algum bandido, que tinha muito dinheiro. Uma das
cartas mencionava aquela caverna. Júlio não se conformava com esse sequestro.
Lamentava a sorte do irmão, ao mesmo tempo em que se ruía de indignação por
mais essa que ele aprontou.
Júlio entrou pela mata a procura, e localizou
a caverna dos Montes, provável local onde encontraria seu irmão. Não foi fácil
encontrá-la tantas eram as enormes pedras no local. Graças a corujas no cair da tarde, o movimento de morcegos que entravam e saiam entre as
pedras, pouco distante de onde estava, deu para perceber o local da tal
caverna.
Mesmo com dificuldade de alcança-la tomou
coragem e se arriscou segurando-se às raízes e galhos, braços que o puxava, resfolegava, puxando o ar que precisava.
Qual não foi seu susto quando olhando
para baixo, subia em sua direção um enorme animal, talvez um crocodilo,
mostrando suas garras. Levantando-se, apanhou a maleta de dinheiro que trazia
por prevenção, supondo exigências. Fugindo
reiniciou a subida.
Finalmente viu a entrada. Cautelosamente
se aproximou. Uma revoada de morcegos passa por ele envolvendo seu corpo,
chapéu e maleta, mas nenhum o tocou.
Varreu a caverna com a luz da lanterna.
Marcos não estava lá! Resolveu voltar e entregar o caso para a policia.
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