O
ESCRITOR QUE NÃO ESCREVIA
(ESCRITOR, GENEROSO,
FALHAR)
Luisa Helena Rodrigues
Alves
Gilberto era um escritor famoso. Famoso de um livro só.
Tinha escrito sobre a história dos deuses gregos, trazendo
sua mensagem para os dias atuais. Exemplo: Dionísio, ligado às orgias de hoje;
Apolo como um herói moderno, um ídolo de futebol ou de corrida como o Senna;
Afrodite, rainha da beleza, como Miss Universo, e assim por diante.
Na vida real era generoso com suas palavras, convencia os
outros com famosas observações inteligentes e persuasivas. Mas na hora de
escrever, na frente de um papel em branco, sua verborragia secava e falhava,
frustrando-o mais uma vez.
O que fazer para soltar sua inspiração? Pôs no Facebook essa
pergunta e pediu ajuda aos amigos. As respostas foram variadas:
- Dê três pulinhos, peça a São Longuinho!
- Beba bastante vinho, durma e relaxe!
- Consulte seu sábio interior, mandando-o consultar seus
sonhos...
- Escreva sobre tudo o que você vê durante o dia.
Desanimado, resolve entrar para uma aula de escrita, onde a
professora passava uma série de exercícios para desenvolver sua criatividade.
Para a surpresa de todos e dele mesmo, começa a escrever
interessantíssimos e engraçados textos.
Até que ele se esqueceu de sua antiga pretensão em ser um
escritor famoso, com um enorme número de livros.
Ficou feliz com o ato de escrever e, na verdade, achou o que
tinha perdido: o prazer da escrita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário