Mentira recorrente - Luisa Helena R. Alves

 

Mentira recorrente
Luisa Helena R. Alves


        A rainha Anne levantou naquele dia com muito mau humor!

        Todos os dias ter que ler textos seríssimos sobre as contas do reino!

        O que gastaram com contas e despesas do reinado...

        Já estava cansada...

        Assinava mil papéis e o povo continuava insatisfeito com a falta de dinheiro para a saúde e a educação...

        Será que não perceberam o quanto ela estava desgastada e cansada!

        Teve uma ideia:

        — Vou instituir um dia para quem inventar alguma que espante seu mau humor ganhará. O ganhador levará uma caixa cheia de moedas de ouro.

        Os ministros estranharam todo aquele reboliço, mas como era uma ordem rainha, não ousaram discordar.

        E assim se fez.

        Os empregados saíram a espalhar cartazes por todo reino.

        Veio gente vestida de palhaço, acrobatas, engolidores de fogo, a mulher barbada e nada da rainha achar graça...

        De repente, entrou pela porta do palácio um nenê que mal sabia andar, arrastado na coleira por um gato enorme que ele queria que andasse como se fosse um cachorro.

        A rainha ao ver aquela cena começou a rir sem parar, vendo aquela figurinha de fraldas, sendo arrastada por um gato!

        Mal conseguiu parar de rir e teve que entregar-lhe o prêmio.

        No final o premio não era uma caixa de moedas de ouro e sim moedas de chocolate, porque do seu ouro é que não tiraria nenhum centavo!


        Os ministros riram também porque nessa altura era melhor rir que chorar com as maluquices da rainha Anne.

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