Che
sará, sará?
Mario Augusto Machado Pinto
CHE SARÁ, SARÁ.
— Mas, como Você sabe?
— Respondendo à sua pergunta: sempre fico um pouco afastado para ver
o que acontece ao meu redor. Isso me dá perspectiva favorecida. Acompanho as
ações das pessoas e governos anteriores e dos atuais e o resultado do que fizeram
e fazem. Observo tudo o tempo todo. Colegas me chamam de xereta. Sou mesmo e
gosto de xeretar. Assisto fatos ocasionados ou provocados há milhares de anos,
desde quando as gentes estavam nuas, depois se cobriram e agora quando há uma
parte novamente quase nua. Acompanhei e ainda acompanho tudo que aconteceu e
acontece neste chamado planeta Terra, não fosse eu o xereta que sou. Há mudanças
acontecendo que fazem nele o viver cada vez mais limitado, difícil e complicado.
Francamente, só eu para não desanimar.
Agora mesmo, em Lima, Peru – sabia? Está
sendo realizada a 20ª reunião global da ONU (COP 20) sobre o clima. Vai receber
e examinar propostas de redução de emissões de gases de efeito estufa por parte
de 190 países. Se houver acordo sobre a redução será possível reunião em
dezembro de 2.015, em Paris, a COP 21. Hum, hum, sei: precisava ser em Paris?
Não podia marcar para Cuiabá?
Há progresso, mas um dos pulmões do mundo, o
“seu” Brasil, pais pelo qual tenho carinho especial, politicamente não se
manifesta tornando ansiosamente esperada sua proposta. Apresentará no penúltimo
dia da reunião. Quer ver o que os outros propõem para fazer sua colocação. É
desgostoso. Não toma iniciativa para manter limpos os seus rios, conservar suas
florestas, a Região Amazônica, exigindo respeito às limitações já estabelecidas.
Quer dizer, vou continuar vendo secas, inundações, avalanches, aparecimento de
novas regiões desérticas, povoações desaparecendo, gente e animais morrendo,
riquezas naturais destruídas e não sei mais lá o quê.
Isso me preocupa, não por xeretice, mas por
sempre querer o melhor para a humanus. Como
será e como estarão 50 anos à frente? É o que você quer saber, verdade? Claro!
Posso antever: haverá fome e falta d´água generalizada;
povoações inteiras, qual gado, buscando novos sítios para se restabelecer; luta
armada para defender as novas riquezas: água e comida em todas suas formas. Haverá gente em excesso e pour cause, espaço habitável cada vez menor, cada vez menos água e alimento.
Parte das pessoas apenas sobreviverá. Peste por toda parte. Os governos estarão
em constante estado de alerta criando novas formas de controle da população
global. Precisará licença aprovada para ter filhos, punição capital para sua
não observância. Somas enormes de recursos serão gastas para provocar mudanças
climáticas em regiões pobres; para desenvolver sistemas seguros de transporte
interestelar destinado à busca de locais onde o ser humano com suas atuais
características biológicas possa se estabelecer, desenvolver colônias e ter vida
nova. Chega?
— Quer dizer, então, que poderemos viver perenes
cataclismos, a humanidade poderá desaparecer?
— Sim. Sem mudança radical, ficando na
pasmaceira atual, é certeza.
— E o que o faz ter essa segurança toda nas
suas previsões?
— Lembre-se: eu me chamo ANJO GABRIEL.
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