Dama de Honra
Vera
Lambiasi
Na
minha mais tenra infância sempre era chamada para ser daminha em casamentos.
Também,
bonitinha, engraçadinha e risonha.
–
Ah,
ela vai adorar!
Agradecia
mamãe o convite.
–
Não
é, Vera Lúcia?
Quando
me chamava assim, pelo nome composto, nem ousava retrucar.
E lá
ia eu, boazinha.
Obediente,
passava meses experimentando vestidos bufantes, anáguas, meias rendadas,
sapatos de verniz, arquinhos nos penteados cheios de laquê e joias de pérolas
minúsculas.
A
cestinha de prata, tenho até hoje guardada, mais rodada, impossível!
Na
hora H, nem sei se gostava ou não, mas tirava de letra.
–
É
só ir até o altar pelo meio da igreja, bem devagarinho, e sorrir? Daqui logo
essas alianças!
Nenhum comentário:
Postar um comentário