O baú do meu avô
Meu avo era um comerciante
de antiguidades. Ele percorria o interior de Minas Gerais em busca de objetos antigos e quadros para
restaurar e depois vender para colecionadores.
A casa dele era uma
espécie de museu repleto de obras de
arte de todo tipo: móveis antigos, objetos de uso variados, esculturas e muitos
quadros.
Nós, os netos, crescemos
rodeados por histórias contadas desses objetos e também imaginadas pela
fantasia que esse ambiente alimentava.
Na sala de visitas havia
uma pequena arca de madeira toda trabalhada com apliques esculpidos e uma
fechadura de bronze trancada com um cadeado tão antigo quanto a arca.
Desde muito pequena, eu
admirava aquela arca. Imaginava estórias mirabolantes de mistério ou até de
piratas envolvendo a velha arca.
***
A medida que o tempo
passava, eu crescia em conhecimento e a imaginação foi se modificando.
A minha curiosidade passou
a ser mais objetiva. Assim descobri que a arca de madeira era uma relíquia
antiga que fora usada por meu bisavô como mala de viagem.
Na época, as viagens eram
feitas a cavalo acompanhado por um jumento que carregava duas arcas de madeira
no lombo. Eram sempre duas para o peso ficar equilibrado, tendo-se o cuidado de
dividir a bagagem em duas partes de mesmo peso.
Quando me casei, meu avô me
deu uma das arcas de presente. A outra
ficou com minha prima que é diretora do museu mineiro.
Hoje a arca esta na sala
da minha casa guardando os álbuns de fotos da família.
Esta semana, fui
surpreendida pala pergunta de minha neta Fernanda.
— Vovó! Por que você tem
uma arca do tesouro na sua sala? Você conheceu algum pirata?
Fiquei surpresa e não
respondi de pronto... Pensei um pouco e falei:
— Esta arca tão antiga... será
que foi de algum pirata? O que você acha que aconteceu com ela? Que tal você
criar uma história sobre ela ?
— Legal! Vovó. Vou fazer
isto.
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