UM NATAL SUIGENERIS - Ledice Pereira

 




UM NATAL SUIGENERIS

Ledice Pereira

 

Minhas lembranças de Natal são sempre com a família reunida. Uma das primeiras reuniões de natal de que me lembro, foi na casa de uma irmã do meu pai. Eu devia ter uns cinco para seis anos. Meu tio era um agregador. Gostava de juntar a gente para juntos, comemorarmos. Meus primos eram mais velhos uns oito ou nove anos. Eu os admirava. Até hoje eu os admiro e amo muito. Nesse ano, quando voltamos para casa, papai Noel havia deixado presentes no meu quarto. Mal consegui dormir de tanta felicidade. O bom velhinho não havia esquecido de mim, mesmo eu estando fora de casa.

Acostumei-me com essas festas passadas com tios e primos. Desde a adolescência, procurei manter essa tradição. Incentivava minha mãe a reunir pessoas queridas e eu a ajudava na arrumação da casa e no preparo dos quitutes.

Ao me casar, a ceia de fim de ano passou a ser na minha casa. Foram muitos anos. Com as crianças então era sempre muito divertido. Só parei, quando minhas então velhinhas se foram. Aí, me senti liberada das minhas funções de anfitriã natalina. Desde então, temos passado cada natal num lugar diferente.

Neste 2020 atípico, fico a pensar como será o encontro de Natal. Será virtual, pelo Zoom, Skype, whatsapp? Até lá, nossa “quarentena” será na verdade de quase três centenas de dias de reclusão. E o nosso pedido para o bom velhinho é que ele nos traga a esperada vacina e muita, mas muita, SAÚDE!

 

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