A PEQUENA ALICE E O NATAL - Antonia Marchesin Gonçalves

2º colocado

CONCURSO DE NATAL 2020



A PEQUENA ALICE E O NATAL

Antonia Marchesin Gonçalves

 

 

                Acordei cedo e a primeira coisa que sinto é um perfume de comida gostosa no ar, um misto de assados e bolos que enchiam aos poucos todos os cantos da casa (como aquelas nuvens brancas do céu que devagar enchem todo ele). Nos meus cinco anos, acabados de fazer, hoje é festa, pensei.

                Calcei os chinelos e chegando à cozinha com fome para o café com leite e biscoitos feitos por Francisca, já a encontrei de avental branco sorridente me dando um beijo de bom dia e me dizendo:  hoje não posso contar história procê, Alice, tenho muito que fazer querida é Natar disse ela. O que é natar Francisca? É uma historia linda muito comprida, antes do fim do dia te conto.

                Fui procurar a mamãe para perguntar sobre o tal de natar. Ela estava atarefada separando a louça mais bonita para a festa, e também disse mais tarde me explicaria: Estou muito ocupada agora filha, vai brincar no quintal.

Adultos, nunca têm tempo para nós crianças. Saí amuada e fui brincar, mas querendo que alguém pudesse me contar sobre o famoso natar. Depois do almoço meus avós chegaram, estavam bonitos, cheirosos com travessas que deixaram na cozinha e voltaram para me beijar.

                Amo os dois e sempre estão prontos para fazerem as minhas vontades. Fui logo perguntar ao vovô, que adora contar histórias, sobre o tal de natar. Para a minha felicidade ele me levou à varanda; Aqui não atrapalhamos ninguém. Sentou na cadeira preferida e eu no seu colo, e começou a me contar.

“Primeira coisa Alice o nome desta festa de hoje é Natal, não natar. Tudo começou há muitos e muitos anos. Antes de você nascer vovô? Sim, querida Alice bem antes, nos tempos mais antigos, longe daqui, havia um casal, sendo ele marceneiro, tiveram que abandonar sua casa e aldeia, porque um homem poderoso que se dizia rei soube através de um bruxo, naquele tempo havia muitos bruxos adivinhadores, sabe, Alice? Pois bem, o bruxo disse que naquele ano nasceria o verdadeiro rei do mundo.

                Ele ficou muito bravo e então mandou expulsar da cidade todas as mulheres grávidas, sabe aquelas com bebê na barriga, com medo que nascesse o homem que roubasse o seu reinado. O casal João e Maria grávida era um deles, que tiveram que fugir. Ela montada num burro e ele a pé pelo deserto até encontrarem uma choupana de palha para passarem a noite, naquela madrugada nasceu o menino. Quando ele nasceu apareceu no céu uma grande estrela com muita luz e uma cauda grande iluminando o encantadoramente o lugar, tanto que de muito longe se via. E, aí começaram a chegar pastores, com suas ovelhas e até reis, pois todos sabiam que esse menino não era o rei como nós conhecemos, mas sim o homem que iria ensinar o mundo a palavra de Deus, enviado pelo pai do céu, aquele para quem eu rezo e agradeço toda noite antes de dormir, pedindo a sua benção como a mamãe me ensinou. O nome dele era Jesus Cristo. É por isso que todo dia vinte e quatro de dezembro se comemora em sua memória o aniversario dele, como eu comemoro todo ano o meu. Natal é a data natalícia de Jesus.

 

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