Ledice Pereira
Tenho o maior respeito e
admiração pelos integrantes de uma Escola de Samba, que se dedicam de corpo e
alma, durante o ano todo, a começar pelos inspirados compositores que
precisam falar de um tema escolhido em forma de verso, o que não é fácil. E o pior,
ou melhor, de forma que o som cative a multidão e o estribilho ressoe pela
passarela.
A partir daí, começa a saga
do Carnavalesco. Ir atrás do que retrata o samba com criatividade,
conhecimento do assunto, pesquisa, ousadia.
O desenho das fantasias das
várias alas têm que corresponder ao enredo. E cabe às costureiras torná-las
visíveis, reais e fiéis ao solicitado.
E as alegorias, imaginem o
que passa pela cabeça do carnavalesco na hora de criá-las. E nas mãos dos
artesãos, de executá-las exatamente como foram arquitetadas?
É um trabalho de equipe, de
integração, de profissionalismo e sobretudo de amor, amor à Escola, amor ao
carnaval.
O trabalho do Mestre da Bateria
merece nossos aplausos. Reunir os apaixonados músicos num aprendizado e
treino de impecável ritmo que não pode falhar. E mais, tem que surpreender
talvez com paradinhas em momentos específicos. É preciso muito ensaio e intensa
dedicação de todos os integrantes.
E então entram os coreógrafos,
não só da Comissão de Frente, mas de cada ala. É preciso comprometimento de
todos os participantes. Não pode haver erros.
A Ala das Baianas nem
se fala. Algumas com mais idade rodando suas lindas e coloridas saias, cheias
de orgulho e responsabilidade.
O puxador e seus
assistentes têm que cuidar da voz, que durante todo o percurso de
apresentação não pode falhar. Têm que estar bem coordenados e afinados assim
como Mestre Sala e Porta Bandeira, sempre dando aulas de elegância e
competência.
Por último, aqueles incógnitos
que dirigem ou empurram os carros alegóricos escondidos da multidão mas com o
coração batendo descompassadamente, enquanto a voz ecoa no compasso do samba.
Todos numa comunhão,
transparecendo alegria e orgulho de pertencer àquela escola, pela qual entregam
seu tempo, seu trabalho, sem exigir nada em troca, a não ser que a escola ganhe
o título de campeã. Vocês já tinham pensado nisso?
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