Um conto de Natal
Paulo Abrahmsohn
- Acho que o Papai
Noel vai trazer todos os presentes que pedi, disse Toninho.
- Nada disso,
respondeu a irmã Camila. Papai Noel não existe e não vai trazer nenhum presente
para você.
- Crianças, chega com
essa discussão, todo ano é a mesma coisa. Hoje é véspera de Natal. São quase 11
horas e está na hora de todo mundo ir dormir.
Camila acordou no
meio da noite por causa de um barulho que vinha da sala. De novo! Pensou ela. Deve ser
aquele ratinho que nos visita de vez em quando. Mas hoje vou dar um jeito nele. Levantou-se e, pé ante pé, saiu do
quarto com cuidado para não fazer nenhum ruído. Primeiro foi até a cozinha
pegar uma vassoura. Vou ensinar umas
coisas para este ratinho nunca mais voltar.
Chegou à sala de vassoura
em punho, pronta para dar um jeito no intruso, mas em vez disso sentiu a
presença de alguém. Assustada, olhou melhor, arregalou os olhos e gaguejou:
- Quem é o senhor? Parece
o Papai Noel?
- Sim, sou eu mesmo, Camila.
- Mas, mas... É o
Papai Noel de verdade?
- Sou o Papai Noel de
verdade.
- Eu pensei que o
senhor não existisse, disse Camila. Está entregando presentes para todos?
- Não, eu não entrego
nenhum presente. Pense bem Camila. Como seria possível entregar presentes para todo
mundo?
- Então o que o
senhor faz, Papai Noel?
- Eu entro em todas
as casas e espalho um pouco de sentimentos de Fé, Esperança e Solidariedade. O
Espírito do Natal. E torço para as pessoas praticarem isto todos os dias até o
próximo Natal.
- Sim, Papai Noel, o
mundo seria muito melhor se todos fizessem isto.
- E agora, Camila,
preciso ir às outras casas. Boa noite, vá dormir.
- Boa noite, Papai
Noel.
Camila acordou mais tarde
naquela manhã e quando chegou à mesa do café todos já estavam reunidos,
conversando sobre o dia de Natal. A mãe perguntou:
- Camila. Feliz
Natal. Já perguntei para o Papai e para o Toninho. O que faz esta vassoura aqui
na sala? Você sabe?
- Não mamãe, não tenho
ideia, respondeu Camila muito séria e pensativa.
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