Filía, a formiguinha corajosa
Adriana Frosoni
Num jardim cheio de folhas,
flores e cheirinhos gostosos, vivia uma formiga muito especial: Filía. Ela era
uma formiga batedora, aquela que ia à frente procurar comida para todo o
formigueiro. E olha... isso não era tarefa para qualquer uma! Filía tinha um
faro afiado, patinhas rápidas e um coração do tamanho do mundo.
Ela adorava explorar.
Enquanto suas amigas formigas preferiam ficar perto de casa, Filía queria ver o
que havia além das pedras, além da cerca, além do mundo que conhecia.
Certo dia, bem cedinho, Filía
sentiu um cheiro diferente no ar… doce e delicioso. Era um pêssego maduro caído
no quintal do vizinho. Só que o pêssego estava longe, muito longe. Mesmo assim,
Filía nem pensou duas vezes. Saiu em disparada, deixando seu caminho marcado
com feromônio — um perfume mágico que as outras formigas entendem como um “siga
por aqui!”
Quando Filía chegou ao
pêssego, ficou com os olhinhos brilhando. Era enorme, dourado e suculento. Ela
deu uma pequena mordida e quase dançou de alegria!
Mas… quando tentou voltar para
casa… cadê o caminho?
Uma criança havia pisado, sem
querer, justo em cima do seu rastro! O cheirinho que mostrava o caminho de
volta havia sumido completamente.
Filía ficou parada, com as
anteninhas tremendo. Estava sozinha. Muito longe de casa. E pela primeira vez…
teve medo.
Então, ela lembrou-se da voz
de sua mãe:
— Filía, ser corajosa não é
não sentir medo. É seguir em frente mesmo assim!
E foi aí que Filía teve uma
ideia brilhante: se ela não podia voltar, que tal chamar as amigas até lá?
Então ela começou a andar em
círculos, soltando um aroma — diferente do primeiro — que significava:
“Venham! Achei um tesouro! Estou
aqui!”
E não é que funcionou?
Logo, uma linha de
formiguinhas apareceu! Vieram seguindo o cheiro da Filía e, juntas, carregaram
pedaços do pêssego de volta para casa.
Nesse dia, Filía virou
heroína. Mas ela não ficou parada para ouvir os elogios. No dia seguinte, antes
mesmo do sol acordar, lá foi ela de novo:
Nariz empinado, o passo
apressado e um sorrisinho de conquista escondido.
Afinal, ser batedora é isso: ter
coragem de ir aonde ninguém foi — e nunca esquecer o caminho de casa, nem os
conselhos da mamãe.
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