PRESOS DE MARÇO
Sergio Dalla Vecchia
Raça humana, tão frágil espiritualmente
no universo, que um insignificante vírus causou o caos no mundo.
Instalou-se a pandemia!
Contraído por povos
desprovidos de instrução, mas ricos em tradições de guerras e fome, que por
necessidade aprenderam a comer de tudo. Proteínas de insetos, cobras, lagartos
e tantos outros animais silvestres, que há milênios fazem parte da dieta desta
civilização.
O corona vírus, morava em
harmonia com seu hospedeiro, um animal silvestre.
Conviviam bem, um não
incomodava ao outro, a natureza lhes proporcionava prazer naquele habitat.
Tudo ia bem até que chegou o
homem, e numa abocanhada, arrasou com o lar perfeito do passivo corona.
Assim desabrigado, sem fonte
de alimento, o infeliz instalou-se no pior animal que existe na natureza.
Conquistador, cruel e sempre em guerra por poder. O homem!
As células do atual
hospedeiro eram tóxicas. Nada ofereciam de nutritivo ao minúsculo ser. Não
havia a candidez da selva.
Por necessidade, o corona
começou a ingerir toxinas que lhe fizeram muito mal, e numa reação de defesa,
injetou na corrente sanguínea do homem, seus dejetos.
Tal feito, causou uma reação
alérgica violenta nas entranhas pulmonares, que o homem não conseguiu mais
respirar normalmente.
Começou a morrer.
O feitiço virou contra o
feiticeiro!
Impasse formado, o homem
querendo sobreviver e o infeliz corona também.
Os dois lutando bravamente
pela vida.
Enquanto isso, nós, os
presos de março, confinados, apenas observamos a contenda.
Entretanto o calor da disputa
produziu efeitos inesperados, aos quais o homem nunca levou a sério. Céu, mar e
almas foram purificados, apenas porque o homem parou de atacar a natureza.
Águas tornaram-se
transparentes, as estrelas mais brilhantes do que nunca e as almas purificadas
pela união das famílias e o valor à vida.
Muitos tombarão, mártires do
descaso dos governantes mundiais, que desperdiçaram milhões de dólares em
armamentos bélicos em detrimento de investimentos no combate as epidemias.
A natureza saberá compensar
qualquer que seja o resultado.
Tenho fé que os mártires
dessa pandemia, não tenham sucumbido em vão, pois certamente haverá uma nova mentalidade mundial sobre o conceito
de vida.
Falou tudo, Sérgio! Abraço e se Deus quiser, conseguiremos vencer essa guerra.
ResponderExcluirParabéns Sérgio| Sua crônica sobre estes tempos tão estranhos que estamos vivendo, é excelente. Mais que excelente, gostoso de ler e nos faz pensar. Olhe, leio muito as crônicas do Estadão e de revistas, as que me caem nas mãos e a sua nada ficou a dever a cronistas consagrados e com o nome feito. E chama a atenção além de nossos pequenos temores e desejos do dia a dia, para além de nossas fronteiras. É a terra que está doente e o homem não sabe dar o remédio certo. Parabéns, amigo!
ResponderExcluirSuzana!
ResponderExcluirQue satisfação ser comparado com ilustres!
Voce me emocionou.
Grato amiga
Ledice.
Grato pelo comentário.
Sairemos ilesos sim.Com muita fé.