VAI BALÃO, VAI
Oswaldo Romano
Vai,
vai balão. Vai falar lá em cima o quanto anda quente o tempo aqui em baixo.
Reclame
também as chuvas negadas e agradeça mesmo assim por controlar a fogueira que
aqui vem ardendo.
Diga-lhes
que fugistes da terra porque as famílias estão descontentes, protestando, e que
esse ar pesado atrasou sua saída.
Junho,
julho, passam com frio, mas nem por isso os pais deixaram de ir as ruas
proclamar os direitos da família.
Na
largada deixaste lágrimas de breu. Eram gotas quentes que se despediam de
figuras satanizadas, propensos donos da pátria. Pregadores da mentira seduzem
os pobres com um balaio de míseros alimentos.
Diga-lhes
também que esses pais, donos de
princípios sadios, tudo que querem é deixar como herança para seus filhos a
dignidade. Contam com a ajuda celeste, nunca negada à quem crê e carrega
responsabilidades. São portadores de crenças, acreditam no sagrado templo.
Templos,
refúgio onde mesmo sem rezarem, ficam envoltos na paz, e no aguardo do melhor
presente que um filho pode lhe dar: Respeito e Amor.
Nossas
esperanças não se apagarão, mesmo que finde tuas chamas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário