A Lua
Oswaldo Romano
Ela
sempre inspirou o romantismo da moçada de todas as raças. Marcava a lembrança
das noites felizes e amorosas quando os
namorados trocavam palavras doces, juras de amor e, juntos a miravam com olhos enternecidos.
Fitada com pureza, devoção, ternura e muita admiração por olhares afetados de
todos os recantos da terra, distribuía seus reluzentes e fluentes raios que
provocavam a mais bela inspiração.
Impaciente,
o homem com seus brinquedos esquisitos desfizeram diabolicamente estes
sentimentos encantadores. Relataram ao mundo a composição da sua superfície,
cheia de profundas e negras crateras, saliências pontudas e enorme lençol de
pó! Acabou com o romantismo e as faladas virtudes do São Jorge, o santo defensor,
que desde nossa infância, era respeitado, temido.
— Por que vocês
desmancharam os sonhos de tantas gerações?
E
agora?- Senhores americanos, sob pena de assistirem ao desmonte destes jovens,
vítimas da descrença, desesperados e perdidos amantes, prometam que usando
todos seus sábios poderes, construirão lá no chamado Mar da Tranquilidade, um
jardim encantado. Tenha um poder mágico, digno como o eternamente sonhado, uma
justa compensação à frustração por que estes amantes passaram quiçá uma nova e
emocionante atração às futuras viagens nupciais!
Num
piscar de olhos desfizeram o tempo em que o poeta dizia: Vendo a lua
agigantar-se no céu azul esmaecido, ressaltada pelo brilho de tantas estrelas.
Um
riso alto e contagiante pôde ser ouvido da residência de numero 117 da Rua
Chile. Parecia que finalmente, a fantástica história daqueles simpáticos
moradores, estava tomando um rumo harmonioso. Queriam ignorar a tecnologia e viver o presente. Pela varanda podiam ser
vistas sombras que se formavam com o clarão da lua, sombras que caminhavam
disformes. Brincavam, de tão felizes!
Felizes
mostravam-se os da 117, mas inconformados com São Jorge que, com sua lança não
soube defender a ilusão de tantos apaixonados.
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