Momentos
de Magia
Ledice Pereira
Aquele vestido brilhante era tão lindo que
Silvinha não conseguia desviar os olhos dele.
Estava na casa da tia Renata que mostrava,
entusiasmada, as roupas que iria usar no desfile.
Silvinha estava tão maravilhada que mal
escutava o que a mãe e a tia conversavam.
Imaginava-se chegando ao castelo na
carruagem puxada por dois cavalos brancos, dentro daquele vestido que servira
como luva.
Estava belíssima!
Os cabelos louros presos num coque exibiam
uma linda coroa de flores.
─ Agora só falta encontrar o príncipe ─
disse ela em voz alta, chamando a atenção da mãe e de Renata.
Estava tão hipnotizada no seu mundo de
fantasia que nem reparou nas duas. Entrou no castelo no meio da floresta.
─ Eu deveria ter trazido ao menos o xale
mas ia esconder a beleza do vestido. Ouvi outro dia a mamãe dizer que gente chic não sente frio. E eu sou muito chic.
Começou a rodopiar pela sala, provocando o
riso nas duas mulheres que assistiam ao momento de magia que transportava a
menina àquele conto de fadas.
O som da campainha quebrou o encanto
fazendo Silvinha deixar sua personagem, e curiosa ir verificar quem chegava.
─ Vovó! ─ gritou ela, pendurando-se no
pescoço de Zélia, você chegou tarde. Perdeu o baile no Castelo. Que pena, vovó.
Eu estava tão linda! Você ia amar.
E continuou conversando com a avó,
contando-lhe toda sua aventura. Afinal a avó era a única pessoa com quem podia
conversar sobre tudo.
Ela nunca ria dela e participava sempre de
todas as fantasias da neta, sem críticas ou deboches.
Ao contrário, costumava dar corda para ver
até onde iria a deliciosa imaginação da pequena.
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