A FLORESTA MÁGICA
Maria Luiza Malina
Só. No vagar dos
pensamentos, os gravetos estalavam a cada passo rompendo o silêncio da
frondosa floresta. Percebi a grande diferença entre a noite e o dia, quando
finalmente conseguia conciliar o sono.
Nas
noites, atravessava colinas esbarrando em raízes ou algum animal, talvez. Tinha
em mente que os obstáculos, por muitas vezes eu os imaginava como amigos sem
muito bem querer, que atravessavam o caminho puxando o tapete. E, eu os vencia
e vencia.
Havia
uma certa magia na escuridão e na formação de vultos. Numa destas noites fui
tomado de surpresa. Imbuí-me no amor maternal, o refúgio que restava era o meu
próprio refúgio. Na pureza infantil vi anjos ligados à terra, admirava a cada
um quando ouvi uma voz que me orientava a chamar meu animal protetor, sem que
escolhesse algum.
Assim
o fiz. Esculpí a serenidade e, ele me chegou. Vestido de dragão azul mostrou-se
o guia e guardião da floresta mágica. Os troncos se envergavam para dar
passagem e, eu o acompanhava movido por uma estranha paz.
Ao
amanhecer estava frente à minha casa, sentindo o aroma de café. Olhei para trás
um tanto inquieto, nada vi. Olhei para cima e ainda pude ver o final da cauda
se perdendo dentro de uma nuvem.
Descobri
que meu animal de poder é o Dragão. Após esta experiência aprendi a vencer as
lutas que a vida propõe e, que o lugar onde estamos, que nos traz a paz, é o
melhor lugar do mundo.
Gosto muito do seu jeito de escrever. Parabéns mais uma vez, Maria Luiza.
ResponderExcluirObrigada, Lê, acho que já agradeci, mas meus comentários não aparecem.Um abraço. M.luiza
ExcluirObrigada Lê.
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