PETER,
O JORNALISTA
Maria Luiza de
Camargo Malina
Vencido pelo cansaço,
da fria espionagem na madrugada afora, Peter recosta a cabeça na umedecida
pilastra negra, num cochilar momentâneo. Assusta-se. Quase perde o flagrante.
Recompõe-se.
Com o zoom da poderosa Nikon, desacredita no
que vê. A Sra. Natasha! Sai de um carro e encontra-se
com um transeunte casual. Um papel lhe é entregue no momento do cumprimento. Desencontram-se
mais rápido do que um relâmpago. Na ampliação da foto, Peter reconhece o famoso
espião a serviço, recentemente condecorado pela mesma. Inquieto pelo fato, ele solicita
o afastamento temporário a fim de segui-lo noite e dia, num cansaço sem
tréguas.
A única testemunha.
Um hotel de luxo, uma bela “limousine.” Lá está ele novamente. Conversando com
o motorista, rodeando o carro, como a admirá-lo. O motorista,
aceita um chocolate, desembrulhando-o distraidamente. Afasta-se ao
atender o rádio comando. O Indivíduo
abaixa-se e coloca alguma coisa embaixo do carro. Desaparece.
Peter descobre,
através de seu celular, que a placa do carro é incomum, deveria estar a serviço
de alguma autoridade. Tudo passa muito rápido. As portas do carro estão
abertas. O casal sai sorridente pela porta giratória. Peter os reconhece. Fotografa.
Entram no carro. Peter não sabe o que fazer. O motorista acelera. Peter recolhe
o papel, descuidadamente, jogado ao chão.
A Princesa está
morta. Peter fotografa.
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