Uma
foto, um conto
Ledice Pereira
Um
fim de tarde fechado, um céu de nuvens carregadas, o vento balançando as
palmeiras, e o mar rebentando ondas, às vezes, gigantes, indicavam a chegada de
uma tempestade. Ali, as tempestades chegavam de repente, acompanhadas do vento
que varria tudo.
René
se aventurara por aquela praia deserta, andara sem rumo até chegar aonde não
havia mais passagem. Não adiantava voltar. A maré tomara conta da praia, às
suas costas. Estava ilhado. Bem que o haviam avisado que voltasse logo, mas ele
não quis ouvir. Resolveu arriscar, estava hipnotizado pela vista.
Não
era um bom nadador, faltava-lhe coragem para tentar vencer aquelas ondas que
pareciam querer engolir qualquer aventureiro que tentasse enfrentá-las.
Ficou
ali parado. Precisava pensar rapidamente. Começava a sentir frio, buscou na
mochila. Nem, ao menos, trouxera uma jaqueta nem nada. Sua garrafa de água
estava abaixo da metade. O jeito seria seguir em frente, beirando o pequeno
elevado onde reinavam as palmeiras, tendo o cuidado de não escorregar para o
mar e ser levado pelas ondas. Apesar do pânico, arriscou ir naquela direção.
Enchendo-se de coragem, gritou a plenos
pulmões:
–
HEI DE VENCER!
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