EU E A DANÇA
Antonia
Marchesin Gonçalves
Adoro dançar, dancei bastante
quando jovem os bailinhos dos 12 anos em nossas casas, os bailes de formatura e
finalmente as festas e casamentos dançando com o marido. Mas o que me encantava
quando jovem, eram os filmes musicais da época de Fred Astaire e suas
parceiras. Imaginava sendo eu a parceira, sentia-me transportada para a tela,
vestida com os vestidos godês rodados e com a delicadeza do parceiro me dando a
mão, passando o braço na minha cintura me levando ao centro do salão para ser a
companheira num mundo mágico.
O fantástico desse devaneio me
fazia sentir como se lá estivesse, ao som de uma valsa, de olhos fechados
dentro de um salão em Viena, ou o bolero que me levava ao amor do príncipe
encantado. Sentia a segurança de Astaire me embalando nas nuvens, tamanha
leveza. Rodopiando e rodopiando a saia rodando mostrando as pernas que se
movimentavam com uma leveza e rapidez, num total entrosamento. Não queria abrir
os olhos, dançando sem parar ele me levava de uma música a outra, mudando de
ritmo e como mágica o vestuário.
Sentia-me linda, leve e amada, Astaire
me desafiava a sapatear, coisa que ele fazia com perfeição, e eu não fazia
feio, sapateava com ritmo, dançando com movimento de corpo e braços com sorriso
e perfeição. Ele com seu terno impecável e seu cabelo que não movia nem um fio,
e eu com os cabelos à altura dos ombros leves e soltos acompanhavam o movimento
da cabeça e do corpo. Ao término, satisfeitos e realizados, recebíamos os
aplausos de toda a trupe.
Quisera um dia, podermos entrar
na tela e nos transportar para ser a protagonista de um musical junto ao
dançarino perfeito como ele.
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