EL PRESO NUMERO NUEVE – UMA CANÇÃO
MACHISTA?
Oswaldo
U. Lopes
A resposta simples a esta pergunta é:
sem dúvida.
Como sabemos, porém, na vida as
respostas mais simples, são as que pouco adiante levam.
Essa canção mexicana ficou famosa
interpretada pela cantora folclórica americana Joan Baez. Filha de um físico e
matemático mexicano que imigrou para os USA muito jovem, ela além de uma linda
voz, tem uma clara pronuncia espanhola o que é muito raro entre músicos
americanos.
Definir Joan Baez como cantora
folclórica é quase um insulto à sua longa e maravilhosa carreira. Fez parte do
movimento de contracultura dos anos 60, pacifista, escreveu e cantou diversas e
notáveis canções de protesto. Teve um longo caso amoroso com Bob Dylan que
terminou em separação ruidosa. Em função desse romance compôs uma esplêndida
canção: Diamonds & Rust.
Bem, por que uma ardorosa cantora feminista
e pacifista gravaria uma canção tão machista? Vai ver que ela não é tão
machista assim, ou pelo menos tem um alto valor no cancioneiro mexicano.
A história do preso número nove é
simples e direta. Mineiro (pueble na letra) ia do trabalho para sua humilde
casa quando viu sua mulher nos braços do seu mais caro amigo. Matou os dois.
Condenado à morte por fuzilamento
conversa com o padre do presidio e não mostra nenhum arrependimento: Y se
vuelvo a nacer, Yo los vuelvo a matar.
A letra é contundente: Padre no me
arrepiendo Ni me da miedo la eternidad.
A
história do México não é simples como bem sabem os jovens alunos das escolas
locais. Teve de tudo: domínio Asteca, invasão espanhola, vice-reinado, império,
reis franceses, república etc.
Quem imagina que a presença francesa
teve pouca influência, não foi comprar pão numa padaria mexicana, e elas
existem por todo lado. Apanhe uma grande cesta e coloque ali o legitimo pão
francês, brioches, croissants e os mais diferentes e saborosos bolos.
Quem já ouviu um conjunto Mariachi sabe
o quanto eles são representantes da cultura local, o que muitos não sabem é que
a palavra vem do francês mariage. Alguns dizem que no inicio eles tocavam nos
casamentos e assim ficaram conhecidos.
Bem, e o preso número nove? È um típico caso
de crime de honra como são conhecidos os assassinatos de mulher traidora. Quem acha que só tem no México nunca ouviu
Cabocla Tereza de João Pacifico.
É bom enfatizar que o preso número nove,
vai ser fuzilado pelo crime cometido. Nem sempre isso acontece, há pouco houve
um ruidoso caso que chegou ao Supremo Tribunal de uma absolvição de crime de
honra.
Misturado tudo, o preso número nove é
uma canção típica mexicana que contem todos os elementos esperados num caso de
honra, mas tem justiça feita, embora não exaltada na letra. Acredito que Joan
Baez emprestou sua linda voz a esta musica para honrar suas origens latinas e o
fez de modo brilhante, pois a converteu num estrondoso sucesso.
É não há história simples, sempre corre
muita água rio abaixo e fogo morro acima, o mundo gira e nóis roda. Roda de não o entender ou de querê-lo muito simples, e
isso ele não é.
El Preso Numero Nueve
Joan
Baez
El
preso numero nueve ya lo van a confesar
Esta
encerrado en la celda con el cura del penal
Y
antes del amanecer la vida le han de quitar
Porque
mató a su mujer y a un amigo desleal
Dice
así al confesar
Los
maté si señor
Y
si vuelvo a nacer
Yo
los vuelvo a matar
Padre
no me arrepiento
Ni
me da miedo la eternidad
Yo
se que allá en el cielo
El
ser supremo nos juzgará
Voy
a seguir sus pasos
Voy
a buscarla hasta el más alla
Ay
El
preso numero nueve era un hombre muy cabal
Iba
en la noche del pueble muy contento en su jacal
Pero
al mirar a su amor en brazos de su rival
Ardió
en el pecho el rencor y no se pudo aguantar
Al
sonar el clarín se formo el pelotón
Iban
al paredón solo alcanzo a decir
Padre
no me arrepiento ni me da miedo la eternidad
Yo
se que allá en el cielo el ser supremo nos juzgará
Voy
a seguir sus pasos voy a buscarla hasta el más alla
Ay
Nenhum comentário:
Postar um comentário