BIA PARTIU
Oswaldo
U. Lopes
Bia partiu, deixou saudades, levou
esperanças. Saiu andando pelo caminho que margeia o riacho. Este, para alegrar
a despedida resplandeceu de azul cristalino.
Era tarde, mas não tinha escurecido por
completo. O verde das árvores, ainda era verde, o amarelo pálido das casinhas,
continuava pálido.
Quem é mesmo que explicara a diferença
entre pigmento e luz usando os prismas de Newton? A lembrança na memória também
era pálida. A cor depende da luz e depende, sobretudo, da retina e do cérebro que
processa tudo isso.
Tudo muito claro no colorido esmaecido
da tarde que vai caindo.
Mas o fato é que Bia estava partindo e, portanto,
sua alegria, seu sorriso que emprestavam cores aos objetos, as plantas, iam
fazer falta.
Os pigmentos iriam ficar mais fracos,
mais confusos, mais misturados. O prisma de seu olhar não estaria mais aí, para
realçar o brilho individual das cores. Bia rindo enchia o cenário de matizes
alegres, agora vai fazer falta, muita falta.
Será que volta? Será que vai espalhar
suas cores noutras paragens? Vamos sentir bastante a ausência dela, gostaria
que ficasse, mas não ficou.
Será que saudade tem cor?
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