VIAJEI SÓ, LONGE FUI
Oswaldo U. Lopes
Sozinho, na proa, sinto a chuva e o frio
A Constelação do Cruzeiro quase na vertical
Me diz que o rumo é sul
Penso em tudo que passou e sorrio
Há um ruído discreto das ondas batendo na lateral,
O tempo passa devagar nesse escuro azul
O que procuro quando em torno se faz noite
O que deixo atrás? Dias atribulados
Lembranças pesadas, tristes como açoites
Como apagar dias mal lembrados?
Navegar é preciso, chegar não
Esboço um sorriso ao lembrar Pompeu
Tenho algo preso no coração
Tristezas, lágrimas o último adeus
Parti e não olhei a ré
Não bastou, a ré veio para frente
Fiquei aqui sozinho de pé
Tentando não sentir o quente
Que escorre por dentro como café
Escuro, encardido, mas ainda presente
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