O
FANTÁSTICO DE OUTRAS VIDAS
Carlos
Cedano
Possuo um iate com o qual costumo ir para lugares um
pouco distantes para praticar as atividades marítimas que adoro. Algumas vezes
vou sozinho e a aventura que desejo narrar aconteceu num dia desses.
Ancorei num lugar pouco visitado e comecei a mergulhar.
Numa das vezes que voltei para descansar encontrei uma ampulheta flutuando
perto da embarcação e a levei a bordo, continha algo que parecia o desenho de
um belo olho preto arredondado.
Pensando que fosse uma mensagem, tentei abri-la forçando
o tampo, para minha surpresa ela se abre sozinha e surge um vapor denso que aos
poucos se configura na forma de uma mulher com dois belos olhos pretos e todo o
corpo branco. Olha para mim, devo estar com cara de apavorado, e diz:
— Não tenha medo Roberto, sou de uma civilização que
navega por todo o universo e estou na terra à procura por seres da paz, você é
um deles!
Eu não ouvia sons era como se as mensagens chegassem
diretamente a minha cabeça.
— Nos temos a capacidade de ler os pensamentos dos
outros, não usamos sons para comunicar-nos e podemos tomar as formas que nossa
missão exige. Quer ver qual é minha forma original?
— Quero sim, respondi.
O visitante se transforma numa espécie de pião que a medida que gira
emite cores e sons que chegam a minha
cabeça trazendo visões de seres incríveis e o som das mais belas melodias que
jamais escutei. De volta a sua forma “humana” me disse:
—Estou aqui para te levar a visitar nosso “casulo” um
dos vários milhares que fazem parte de nossa civilização. Gostaria conhece-lo?
E quando você quiser voltar será só dizê-lo e será feito.
Aceitei e pude conhecer diferentes seres nas suas
formas originais: seres mutantes para diversos formatos, animais horrorosos
para nossos padrões, seres parecendo vegetais, enfim, uma infinidade de formas
e cores, todos eles flutuavam contagiando-me com uma intensa alegria e paz.
Logo perguntei para minha anfitriã:
— E vocês não têm medo de serem invadidos por outras
civilizações?
Ela me olhou e disse:
— Por enquanto não! Nossos cientistas descobriram uma
forma de deslocar nossos casulos de uma maneira tão instantânea que as naves
dos inimigos não nos alcançam e, em pouco tempo estamos em outros pontos do
universo.
Acordei no meu iate e pensei que toda essa “aventura
espacial” não passava de um sonho maluco, mas aos poucos comecei a perceber que
algo tinha mudado: meu relógio, que guardo numa gaveta da embarcação, marcava uma
ausência de pelo menos quinze dias e quando fui para a cabine da embarcação vi
encima da mesa o desenho que tinha achado só que desta vez o rosto estava
completo e era muito belo. Então, não foi um sonho!
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