A CASA MATERNA
Antonia Marchesin
Gonçalves
A casa materna, quantas
lembranças me traz essa frase, algumas tristes e outras alegres e felizes.
A casa dos meus pais era
literalmente uma casa materna, meu pai trabalhava e viajava muito, sendo assim,
o comando era matriarcal total. Minha mãe, Wanda como boa italiana, era temperamental,
exigente na educação dos filhos e cumpridora dos seus deveres fazendo o papel
de pai e mãe ao mesmo tempo.
Trabalhava muito e não
tinha medo de desafios como, pintar a cozinha quando era preciso, confeccionar
nossas roupas, tricotar malhas maravilhosas, e lógico, uma excelente
cozinheira. Sentia falta dos parentes, pois nenhuns nenhum dos irmãos, nem dela e do meu pai, vieram veio para o Brasil e nem os nossos avós.
Meu pai para, suprir a
falta da família, fez muitas amizades com brasileiros, mas mais de
italianos de várias regiões. A e a nossa casa se tornou o ponto de
encontros aos domingos, nos almoços longos com boa comida, regados ao vinho e
finalizando com saudosas canções, Minha mãe ela tinha uma voz linda.
Morávamos em Pinheiros, que na época era reduto de muitos japoneses, judeus e
libaneses com suas lojinhas, e assim diversificávamos bem as nossas amizades.
Inteligente e corajosa exigia que falássemos em casa o português para assimilar
logo a língua do país.
Cuidei dela até morrer
em minha casa, acometida com a maldita doença de Alhzeimer, e tenho a paz no
coração de ter dado a ela qualidade de vida até o fim.
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