Um Dia Você Aprende - William Shakespeare.

 








Um Dia Você Aprende

William Shakespeare.

(Texto atribuído a W Shekespeare, e também a Vitor Hugo - não confirmada a autoria)

 


Depois de algum tempo você aprende a diferença,

a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.

E você aprende que amar não significa apoiar-se,

e que companhia nem sempre significa segurança.

E começa a aprender que beijos não são contratos

e presentes não são promessas.

E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida

e olhos adiante, com a graça de um adulto

e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje,

porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,

e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima

se ficar exposto por muito tempo.

E aprende que não importa o quanto você se importe,

algumas pessoas simplesmente não se importam…

E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa,

ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se leva anos para se construir confiança

e apenas segundos para destruí-la,

e que você pode fazer coisas em um instante,

das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer

mesmo a longas distâncias.

E o que importa não é o que você tem na vida,

mas quem você é na vida.

E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos

se compreendemos que os amigos mudam,

percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa,

ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida

são tomadas de você muito depressa,

por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos

com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começa a aprender que não se deve comparar com os outros,

mas com o melhor que você mesmo pode ser.

descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo,

mas se você não sabe para onde está indo,

qualquer lugar serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão,

e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade,

pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação,

sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,

enfrentando as conseqüências.

Aprende que paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute

quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência

que se teve e o que você aprendeu com elas

do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens,

poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia

se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva,

mas isso não lhe dá o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer

que ame, não significa que esse alguém não o ama,

pois existem pessoas que nos amam,

mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém,

algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga,

você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,

o mundo não para para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma,

ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar…

que realmente é forte, e que pode ir muito mais

longe depois de pensar que não se pode mais.

E que realmente a vida tem valor

e que você tem valor diante da vida!

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem

que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.



E, o que mais você aprende?

Complete o texto com um trecho de sua autoria, baseado em sua experiência de vida, suas emoções, suas conquistas, seu enredo...



ESCREVIVER - A CIDADE QUE DESAPARECEU - MATERIAL DA AULA DE 21 DE NOVEMBRO 23

 












Petrolândia era um município brasileiro do estado de Pernambuco, localizado às margens do Rio São Francisco, à distância aproximada de 430 km da capital Recife.

No dia 6 de março de 1988, a sede administrativa de Petrolândia foi oficialmente transferida para uma nova cidade, às margens da BR-316. O centro da antiga cidade e vários povoados situados em áreas próximas ao rio foram alagados para a construção da Usina Hidrelétrica de Itaparica. A população foi reassentada em bairros da Nova Petrolândia, em agrovilas e projetos de irrigação.

A partir do enchimento do Lago de Itaparica, além das atividades pecuárias e agriculturas tradicionais, novas atividades foram implantadas ou cresceram em importância no município, como a piscicultura em tanques redes e a fruticultura irrigada.

Muita gente se mostrou insatisfeita pela obrigatoriedade de mudar de lugar a cidade de Petrolândia. Não era só a mudança de lugar, mas a alteração do meio de sobrevivência que precisaria ser adaptado. Havia também a questão financeira para a nova moradia, o comércio que mudaria de apelo, o profissional liberal que antes trabalhava a piscicultura e agora trabalharia a agricultura ou coisa parecida. 

Em suma, a Nova Petrolândia não tinha as mesmas características que a antiga cidade.

 

TAREFA: O seu personagem é um petrolense irritadiço, trabalhador, que se lutou muito para construir sua casa, e de repente se vê indignado por ter que abandoná-la, e vê-la mergulhar nas águas do São Francisco.




O verdadeiro criminoso - Ledice Pereira

 




O verdadeiro criminoso

Ledice Pereira

 

Por trás de qualquer assassinato há um mandante. Um ser desprezível que se utiliza de outro ser desprezível para executar o que deseja sem deixar vestígios. Haja vista a morte de Marielle, até hoje, passados cinco anos, sem solução.

A morte brutal do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, após um ano, ainda não foi esclarecida. Chegou-se aos suspeitos que, aliás, confessaram, mas a pergunta que fazemos, quem foi o mandante?

Sabemos que, por aí, existe um número elevado de “coronéis” que manda executar qualquer um que venha a se colocar no seu caminho. Para isso, existem os capangas, sempre prontos a obedecer a ordens, qual autômatos, sem expressar qualquer reação, de revolta, de humanidade, de compaixão.

Existem ainda os matadores de aluguel, desprovidos de quaisquer sentimentos que, por um punhado de dinheiro, se prestam a executar o serviço sem discussão, sem dó, nem piedade.

Assim, os mandantes dormem tranquilos porque, afinal, eles entendem que não sujaram suas mãos. Consequentemente sabem que dificilmente serão desmascarados.

Essas devastações, que tem sofrido a Amazônia, também são crimes. Crimes ambientais, até aqui, sem que se chegue aos responsáveis. Estes, covardes, escondem-se atrás dos executores que derrubam árvores, queimam a floresta, cortam e estocam madeira, na calada da noite, usam equipamentos de primeira e inúmeros caminhões pertencentes ao verdadeiro assassino que, esse sim, deveria ser condenado a um tempo máximo de prisão, por subtrair do pulmão do mundo, o oxigênio tão necessário à perpetuação da espécie humana,  animal e ao desenvolvimento da flora, riquíssima nessa região, matéria prima de inúmeros medicamentos que têm sido descobertos para combater um número expressivo de males e doenças.

Que se encontrem os culpados!

Vovô Tino versus Informatização - Yara Mourão

 



Vovô Tino versus Informatização

Yara Mourão

(a tecnologia na terceira idade)

 

Aconteceu que o vovô Tino caiu e quebrou o fêmur. O hospital mais próximo ficava a 150 quilômetros da pequena cidade de Sucuripe. Mas Dr. Diógenes era bom médico e a cirurgia foi um sucesso.

O filho Tonico foi visitá-lo com Pedrinho, o neto, que em seus 11 anos de vida nunca tinha conhecido alguém mais legal que vovô Tino. Em poucos dias vovô melhorou bastante para seus 79 anos; mas sentia muito a distância da família, que achava difícil ir toda semana visitá-lo no hospital, pois os ônibus ficavam muito cheios e, quando chovia, a estrada era intransitável.

A solidão não ajudava na recuperação, por isso, a família se reuniu e Pedrinho logo deu a ideia: “Vamos dar uma Alexa para ele!”

Dito e feito. Tio Ribamar enviou, lá de Teresina, o tal aparelhinho. Foi uma festa a chegada da Alexa!

— Vovô Tino vai adorar! Disse Pedrinho, louco para inaugurar o brinquedinho.

E adorou mesmo; falava o tempo todo, caprichando na pronúncia sempre errada: “ Alessa, que horas são? Vai chover hoje? O que tem para o almoço? ”

A pobre da Alexa muitas vezes não tinha respostas e vovô começou a se irritar com ela. Ele dizia: “Ela não sabe nada! ” Mas o pior era com o futebol: “Alessa, quem vai ganhar o jogo? ” – Ela não sabia. “ Alessa, por que o Junior foi expulso? ” Nada...

Pedrinho percebeu que Alexa não estava à altura de vovô. Então achou melhor sugerir dar um celular para ele jogar e ver os jogos de futebol na telinha. Foi ótima ideia! Vovô Tino aprendeu o joguinho do time A contra o time B. Cada hora ele fazia um ganhar e se divertia muito com isso. Gritava“ goooll!” pro hospital inteiro ouvir.

E assim foram passando as semanas de recuperação, até que avisarem que ele ia ter alta.

Que boa notícia! Toda a família foi buscá-lo. Pedrinho era o mais feliz de todos! Vovô, emocionado, agradeceu o carinho, os presentes e especialmente o celular. Mas Tonico quis saber por que ele não tinha gostado da Alexia.

Em sua sabedoria, garimpada toda a vida no sertão, ele respondeu:

— Sabe como é, filho; a tal da Alessa era mulher e, assim como todas, não sabia nada e falava muito! Gostei bem mais do telefone com jogo de futebol e onde o meu time é sempre aquele que ganha!

 

 

DEIXAI VIR A MIM A TECNOLOGIA - Ledice Pereira

 



DEIXAI VIR A MIM A TECNOLOGIA

Ledice Pereira

 

 

Há idosos e idosos!

Aqueles que tentam acompanhar a evolução tecnológica, nem que para isso tenham que quebrar a cabeça até conseguir desvendar o novo aplicativo ou objeto. E aqueles resistentes a qualquer novidade que lhes chegue às mãos.

Na verdade, há os portadores de deficiências, como a visual, o que dificulta o aprendizado. Aí a coisa complica.

No entanto, a evolução tecnológica está aí para quem quiser nela se aprofundar. E o saber lidar com as novidades é um ganho permanente. É sentir-se atualizado, sentir-se vivo, acompanhando o mundo.

Estar aberto a mudanças, ao nascimento de novas invenções, nos faz esquecer a idade avançada, nos sentir menos defasados em relação aos mais jovens, nos aproximar dos netos, não só pessoalmente, mas também virtualmente pelas redes sociais. Uma forma de reduzir a diferença que existe entre as duas gerações.

Fomos apresentados à Alexa pelos netos, então com oito e dez anos. Nunca, até então, tínhamos sequer ouvido falar dela. Resolvemos adquiri-la.

É preciso dizer que eles extraem dela muito mais do que nós conseguimos. Mas, com o tempo e orientação deles, vamos aprendendo a lidar de forma mais intensa.

— Alexa, bom dia!

Ao que ela responde com bom humor:

— Bom dia! Hoje a temperatura chegará a tantos graus. Evite sair entre 10 e 16 horas. Hidrate-se.

Assim começa nosso dia com Alexa, que nos proporciona uma variedade de ritmos musicais de nossa preferência a uma simples ordem:

 Alexa, toca MPB!

A Operária Destemida - Yara Mourão

 





A Operária Destemida

Yara Mourão

(a partir de uma pesquisa sobre as formigas)

 

Era o início de dezembro e as festas de confraternização das empresas estavam começando sua temporada.

A requintada fábrica de porcelanas chamada Islândia marcou o dia de seu evento para um sábado no salão nobre da empresa. Nesse dia, todos os setores envolvidos com os trabalhos de ESG – Environmental, Social, Governance – estariam reunidos no auditório para a apresentação dos funcionários que, ao longo do ano, se destacaram. Seriam homenageados os que se comprometeram com os critérios e performances estabelecidos pelo programa. Os participantes selecionados seriam agraciados pelo próprio CEO da companhia.

Lídia estava feliz, pois fora escolhida como a grande revelação da requintada fábrica Islândia. Para ela, desempenhar suas funções cotidianas, ainda que não fossem estratégicas para a empresas, era uma realização inspirada por ideais muito fortes. Ela queria ser a mais fiel seguidora de sua mentora, a formiga de correição.

Lídia havia lido muitos artigos sobre insetos e ficou admirada com a dinâmica das formigas, principalmente com as da categoria de correição. E ela considerou que aquele segmento da natureza era uma inspiração para as pessoas. Por isso aplicou toda aquela engenhosidade em seu trabalho.

Iniciou criando um pequeno formigueiro em seu quintal e o infestou desses minúsculos animais. Percebeu, então, que essas formigas funcionavam como um superorganismo onde os indivíduos eram divididos em castas e funções: havia a rainha, os guardas e as operárias. Para a caça e captura dos alimentos a tarefa era coletiva.

Lídia fez uma projeção da realidade das formigas sobre seu trabalho na empresa: alinhou seu diretor à rainha do formigueiro; associou seu gerente às que faziam o papel de guardas e formatou sua equipe de faxineiras, jardineiros e diaristas como as operárias.

Deu muito certo! Foi uma perfeita inspiração da natureza para a vida social e que trouxe ao plano da governabilidade um ganho completo. Foi por isso que Lídia foi agraciada com louros dentro do programa de boas práticas ambientais, sociais e de resultados satisfatórios.

Na noite de entrega dos prêmios ela estava muito mais do que feliz. Até chorou, comovida, quando seu nome foi anunciado como a vencedora do troféu “Operária Destemida”. Pediram que para que dissesse algumas palavras; sem hesitar, agradeceu dizendo:

— Muito obrigada a todos vocês, e principalmente à minha mentora, a formiga de correição!

Todos se espantaram, mas debitaram a estranheza daquela fala à emoção da funcionária, que ainda completou dizendo que na Islândia não existiam formigas.

Houve perguntas; “ Qual foi, afinal, a vantagem desse seu trabalho? ”

— Foi trazer para vocês o poder da conscientização e observação da sabedoria da natureza; basta uma vontade de estar em conformidade com a vida na terra.

— E por que na Islândia não há formigas?

Porque o solo e o clima na Islândia parecem não estarem em conformidade coma vida sobre a terra; solo infértil, clima gélido, nem formiga aguenta.

 

 

Os perfumes do Natal - Adriana S. Frosoni

 




Os perfumes do Natal

Adriana S. Frosoni 

 

No Natal há um aroma característico, diferente para cada um de nós. Para mim é cheiro de hortelã e alfazema. Ele não chega de um dia para o outro, começa com a mudança de temperatura no início do mês de dezembro. O ar parado convida para sair de casa e ver as luzes que enfeitam a cidade. E termina com aquela chuva característica da noite de ano novo.

Nessa época, os enfeites de Natal são tirados dos depósitos, garagens ou armários. A árvore montada começa a dar um ânimo diferente na casa. Depois vêm os adornos da árvore e a guirlanda.

Na casa da minha avó, tudo era colocado no sol para arejar e sair o cheiro de guardado. Isso era feito ao lado de um vaso de hortelã; deliciava-me sentir aquele aroma fresco, enquanto desembalávamos os enfeites. Entretanto, não acabava por aí, ainda faltava organizar tudo e montar o presépio. Este, embalado em caixa especial, cada peça embrulhada em papel de seda.

E não posso esquecer da alfazema. Eu pensava que a fragrância era originária de uma vela de óleo colocada na janela da frente da casa, na do quarto principal, o da vovó. Já era quente naquele cômodo porque o sol da tarde o invadia. A meu ver, esquentava mais ainda com a chama da vela que exalava alfazema. Só quando eu estava maior percebi que a vela não esquentava nada, nem tinha odor algum; era a vovó que usava um talco de alfazema depois do banho para esperar a novena e assim perfumava o ambiente.

Quando se aproximava a data comemorativa, as conversas começavam a girar em torno do cardápio e as palavras ficavam deliciosas. Sim, porque o Peru de Natal, por exemplo, não era igual a nenhum outro. Este tinha que ser marinado, recheado, contornado e enfeitado. Era praticamente a estrela da mesa, tão importante quanto aquela do topo da árvore, colocada somente na hora da ceia. O aroma do peru era um chamariz para as crianças famintas de tanto brincar. Os adultos nem sentiam fome de tanto petiscar, era só gula mesmo.

Quando tudo estava acabado, as visitas haviam saído e as sobras estavam guardadas, a vovó ia para a cozinha. E lá estava ele de novo, o convidativo perfume do chá de hortelã.

Efeito Bumerangue - Ledice Pereira

 



Efeito Bumerangue

Ledice Pereira

 

Desde que sofrera aquele acidente, Gilson escondia-se atrás de uma máscara sinistra.

Uma máscara sinistra que, talvez, sem ela, chamasse menos atenção, mas preferia usá-la como escudo.

Usá-la como escudo dava-lhe coragem de enfrentar a sociedade desumana.

A sociedade desumana, cruel, sem pudores de apontar culpados.

Apontar culpados, aliás, é o que os homens mais gostam de fazer. Jogar na cara das pessoas o que elas têm de mais vulnerável. Sem dó, nem piedade.

Sem dó, nem piedade, por exemplo, é o que fazem com os jogadores negros, chamando-os de macacos. Haja vista o que tem sofrido o Vini Jr.

Vini Jr é um exemplo vivo da maldade do ser humano. Na verdade, quem pratica essa maldade nem deveria ser chamado de ser humano, pois não deixa de ser ele um animal.

Um animal que não foi ensinado a amar e respeitar o próximo.

Respeitar o próximo, sim, era disso que Gilson sentia falta. E por essa razão passou a revidar tudo que sofria, escondendo-se atrás de sua máscara que metia tanto medo em quem dele se aproximava. Com ela sentia-se poderoso.

Poderoso para até cometer atrocidades. Ele, que antes era do bem, tornara-se um sujeito perigoso. Matava sem dó. Torturava. Achava-se invencível. Julgava que nunca seria pego.

Que nunca seria pego porque protegido pela máscara nunca seria identificado. Ainda conseguiria encontrar quem o havia queimado enquanto dormia quieto, na rua, onde teve que morar um dia.

Um dia o encontraria, pensava consigo, e então se vingaria, o deixaria totalmente irreconhecível e ninguém saberia quem era o responsável por aquela monstruosidade.

 Por aquela monstruosidade, deixara de ser um homem bom. Tornara-se um homem frio e calculista desde que sofrera aquele acidente.

Desde que sofrera aquele acidente, Gilson escondia-se atrás de uma máscara sinistra.

 

A TECNOLOGIA NA TERCEIRA IDADE - AULA DE 14 DE NOVEMBRO DE 23

 












É inegável a importância da tecnologia para o homem. O salto que o mundo deu com a chegada da internet, deixa claro que o advento da tecnologia propiciou significativa transformação ao mundo moderno, trazendo melhores condições de desenvolvimento em todos os setores, inclusive, observa-se o aumento da qualidade de vida e da longevidade do ser humano.

Os benefícios para a terceira idade são ainda mais notórios, apesar de saber que o idoso tem muita dificuldade com as novidades tecnológicas, celular, por exemplo. Mas, quando aprendem, os recursos ajudam muito a melhorar as funções cognitivas, proporciona a interação com a família e reduz o sentimento de solidão, pois promove a socialização dos indivíduos.

Os jogos interativos permitem o exercício mental. As redes sociais permitem que o idoso encontre um velho amigo, ou faça novas amizades. Os aparelhos com sensores de obstáculos, permitem mais segurança, evitando prováveis acidentes. A tecnologia oferece aos idosos a possibilidade de se tornarem mais independentes no dia-a-dia.

Atualmente uma febre tecnológica afeta jovens e idosos: ALEXA – assistente virtual, com diversos recursos que vão desde o entretenimento até o monitoramento de sistemas de segurança. Com um simples comando de voz, é possível fazer perguntas, definir alarmes, solicitar informações sobre o clima, ouvir músicas, etc., ou seja, a facilidade de seu uso elimina a necessidade de manusear dispositivos, reduzindo as barreiras tecnológicas para pessoas idosas. Esse equipamento pode contribuir alertando para o horário de tomar o medicamento, alerta sobre compromissos etc. Mas, o serviço a que tem servido vai além de lembretes, Alexa faz companhia, conversa com pessoas que moram sozinhas, está presente dia e noite. Não, vai substituir o ser humano, não oferece afeto, mas preenche algumas lacunas,

A tecnologia servindo para melhorar a vida do idoso, é nosso tema de hoje:

Após ver os vídeos/paródias, criar um conto sobre um personagem que mora sozinho, e que de repente tem uma Alexa com quem conversar.

Caracterize seu personagem de modo a ser fiel ao gênero que escolher.

https://www.youtube.com/watch?v=YvT_gqs5ETk

 



COMEÇA COMO TERMINOU E TERMINA COMO COMEÇOU - aula de 31 de outubro de 2023

 



                       Aula de 31/10/2023


COMEÇA COMO TERMINOU E TERMINA COMO COMEÇOU



COMEÇA COMO TERMINOU 

E TERMINA COMO COMEÇOU


O desafio agora é criar um conto cujo tema seja:


O HOMEM MASCARADO


O final de cada frase será o início da frase que virá em seguida.

O texto deve terminar com a mesma frase que começou.

 

Conte a história do HOMEM MASCARADO, crie um personagem instigante, interessante por si só, faça com que ele entre num conflito intransponível. Explore o lado ruim dele, os seus defeitos. Faça-o intenso.

Alimente a narrativa com situações de apelo emocional, sensorial.  Provoque o leitor. Capriche no desfecho. Seja inovador.


Exemplo da estrutura infinita, se fosse O HOMEM QUE USAVA SAPATOS MARRONS

 

(MODELO da estrutura infinita)

O homem de sapatos marrons

 

Dionísio era um homem sério que usava sempre sapatos marrons, dizia que os outros não davam sorte, era de poucos amigos, e muita cultura.

Muita cultura ele adquiriu em tantas viagens que teve que realizar desde a juventude.

Desde a juventude, Dionísio se cercou de muitos livros, muito dinheiro, muita cautela e nenhuma namorada.

Nenhuma namorada, mesmo! Ele até gostou da Filomena que era bibliotecária, mas ele era tão introspectivo que ele nunca a notou.

Nunca notou que a vida estava escorrendo pelas frestas e ele ia esquecendo-se de sorrir, de se divertir.

Se divertir era o que ele jamais fazia. Foi ao cinema algumas vezes, mas isso não contava como diversão. Foi à praia uma dúzia de vezes, mas não para se divertir. Foi assistir a dois espetáculos musicais, fazendo companhia para o dono da empresa em que trabalhava. Mas, Dionísio era tão vazio e chato que jamais foi convidado novamente.

Novamente a vida estava escorrendo pelos vãos dos dedos e o homem de sapatos marrons se viu adoentado e fraco para seguir com o mesmo ritmo de antes. Confinou-se numa casa de repouso e tratou de repousar como jamais foi capaz de fazer.

Jamais foi capaz de fazer amigos e agora não havia quem lhe desse a mão, nem quem olhasse em seus olhos.

Seus olhos riscavam um preguiçoso vaivém querendo se fechar, enquanto alguns pensamentos lhe abatiam. Como pôde viver sem nunca ter sido feliz, pensava.

Pensava Dionísio, o homem sério que usava sempre sapatos marrons, dizia que os outros não davam sorte, era de poucos amigos, e muita cultura.