O segredo do Castelo
Ledice Pereira
Aquele casarão escondido no meio de tantas árvores
era tido como
mal-assombrado.
Ditinho tinha sido alertado para não chegar perto
dali. Mas quem disse que o menino obedeceu? A curiosidade foi mais forte.
O garoto chamou a turminha de amigos, tão levada
quanto ele, e os convenceu a descobrir o segredo do casarão.
Os adultos chamavam de castelo, mas pra ele castelo
tinha um monte de torres e era bonito. Aquele era escuro, coberto por uma
folhagem que escondia até as janelas.
Munidos de ferramentas que pegaram dos pais, os
intrépidos meninos rumaram para lá, chegando bem perto da entrada, pé ante pé.
A casa parecia estar vazia e, apesar de estarem com
medo, tentaram abrir a porta. Rui havia trazido um pé de cabra. Acontece que
não tinham força suficiente para usar o instrumento.
Como a janela fosse alta, resolveram fazer uma
escadinha humana e Júnior, o menorzinho, foi o último a subir, com a intenção
de abrir e pular para dentro. Combinaram que, uma vez lá dentro, ele viria
abrir a porta para os outros. Simples assim.
O pequeno, depois de muito, conseguiu pular para
dentro, usando uma pequena fresta.
Nunca mais voltou.
Os outros ficaram ali aguardando, aguardando, o dia
virou noite e nada.
Os meninos não sabiam como iriam contar para os
pais. E o pior, como contariam para os pais de Júnior. Afinal, haviam
infringido uma regra familiar e iriam com certeza ser castigados por isso.
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