A viagem que eu não fiz
Ledice
Pereira
Estava
tudo programado. Nas férias de julho, eu iria para Nova York com meu filho mais
velho, nora e neta.
O
meu mais novo viria da Bahia com os pequenos e fariam companhia ao maridão.
Para
ele, está sendo mais difícil viajar. Cansa-se rapidamente. E, em Nova York, não
tem como não andar.
Estivemos
lá no outono de 1993. De lá para cá, a cidade sofreu grandes mudanças, das
quais tomei conhecimento através dos relatos de quem para lá foi, ou pelos
meios de comunicação.
Tinha
muita vontade de rever essa cidade mágica. Mesmo assim, custei um pouco a
aceitar a ideia de deixar o Walter. Mas os filhos me convenceram.
Meu
passaporte estava vencido, o visto não, fomos para New Orleans há uns sete
anos. Providenciei então a renovação do documento.
Iniciamos
as pesquisas de preço de passagem aérea e de hotéis. Embora meu filho tivesse a
intenção de ir também para Boston, eu ficaria apenas em Nova York , voltando
após dez dias. O hotel chegou a ser reservado pelo Booking.
O
dólar começou a ter uma alta descontrolada. Ficamos ressabiados.
Após
o Carnaval, faríamos as reservas definitivas.
Ao
tomar ciência do coronavírus, começamos a nos perguntar se deveríamos temê-lo.
Afinal, estava se manifestando tão longe...
Alguns
dias depois, foi declarada a pandemia.
Nosso
sonho caiu por terra.
Fechamo-nos
em casa e aqui estamos sabe-se lá até quando.
Acho
que terei que me contentar em ver as dicas do Pedro Andrade, procurar sites
sobre a cidade e rever o nosso álbum amarelado, em cujas fotos estávamos muito
jovens.
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