SEDE QUE DOI (A moda de Cordel)
Oswaldo U. Lopes
A ilha é seca faz tempo
Procurei água não achei
Achei foi vento, muito vento
Lembrei dela que pra trás deixei
Sede quando pega dói
Parece pedra que girando mói
Que disse o barqueiro risonho
Procure
a cacimba do Padre
Pareceu-me muito bisonho
Conversa parecida a de comadre
Agora estava eu tristonho
Querendo ajuda de compadre
Procurando a maldita cacimba
No fundo da rocha ou pendurada no alto
Que seca não fosse e, pimba
Minha sede matava num salto
Deus protege os ignorantes
Que sofrem mal de amor, os amantes
Será que ela vai sentir saudade
Amor que no começo era amizade
Virou paixão, sofrimento de ausência
Que de tanto sofrer virou sofrência
E agora ia se tornar solidão
Mas não ia ter fim, só apartação
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