Textos diversos - Maratona Literária 2020
Ledice Pereira
Primeiro texto
Ao abrir a janela, encantei-me com a paisagem. O batente
emoldurava qual um quadro. O verde da folhagem me encheu de esperança. Eu que
chegara ali tão deprimida.
Fora Jerônimo quem me aconselhara a sair daquele
burburinho da cidade grande.
Ele tinha toda a razão. Aqui encontrei a paz de que tanto
precisava.
Segundo texto
Estava prestes a deixar o lugar onde vivera até então.
Sentia a perna bambear, mas tinha que partir. O trem acabara de chegar. Tinha
exatos cinco minutos para mudar o percurso de sua vida e buscar a felicidade.
Não tivera coragem de se despedir dos pais. Deixara
apenas um bilhete: “amo vocês, mas vou ao encontro do meu futuro. Preciso me
encontrar. Já é tempo de andar com as minhas próprias pernas. Torçam por mim!
Clovis”
Terceiro texto – LAÇO
Eu jamais tive a intenção de quebrar aquele laço que nos
unia desde a infância.
Nossos pais eram amigos e nós fomos criadas praticamente
juntas. Mas Solange mudou. Ficou tão diferente que eu já não enxergava nela a
amiga que fora. Tornou-se uma jovem preconceituosa, menosprezava os serviçais,
maltratava os animais, procurava me humilhar, fazendo com que eu chorasse
escondida.
Ela sabia do meu interesse por Claudio, até que o
conquistou.
Eu só soube quando ela veio com ele trazer o convite de
casamento. Ele parecia estar pouco à vontade.
Não tive forças para ir ao casamento. Arranjei como
pretexto, uma gripe oportuna.
E, desde então, nosso laço se rompeu definitivamente.
Quarto texto
Tudo acontecia lentamente. Olhares breves, acenos curtos
e o sol se deixando levar para trás da colina. Tudo devagar como tem que ser
numa despedida.
As lágrimas rolavam sem que eu conseguisse estancá-las.
Sentia-me como se arrancassem um pedaço de mim.
Ele estava indo estudar fora. Preparara-se para isso.
Estudara muito. Conseguira seu objetivo. Fora aprovado no exame de admissão com
louvor.
Mas e eu? O que seria de mim? Conseguiria resistir à
distância que nos manteria longe durante todos aqueles anos em que ele cursaria
a Universidade?
Eu temia que lá ele encontrasse alguém que me
substituísse.
Eu teria que ser muito forte.
Quinto texto
Como acreditar num homem como ele? Saía pela tangente,
tinha um olhar dissimulado que nunca fixava na gente. Não revelava o que fazia
nem onde morava. Trazia a carteira sempre gorda que fazia questão de mostrar.
Cobria-se de grossas correntes douradas que eu não sabia dizer se eram ou não
de ouro.
Seu olhar cafajeste quase me despia, olhando-me de cima a
baixo.
Causava-me medo e asco!
Sexto texto
Tico não era homem de muita ação. Tinha dificuldade de
raciocinar rapidamente. Quem seria Fran?
Resolveu buscar ajuda no povoado. Dirigiu-se ao bar de
Armando e o chamou de lado, mostrando-lhe o que achara.
Armando pensava rápido. Precisavam agir imediatamente.
Era amigo do delegado. Ligou para a delegacia e detalhou o que haviam
encontrado.
De posse do mapa, o delegado recrutou dois policiais para
chegarem ao local no barco de Tico, que se ofereceu para levá-los. Foram
recebidos a bala. Tiveram que enfrentar a fúria de dois marmanjos, até que a
munição dos dois acabou.
Os homens, marinheiros de primeira viagem, tiveram que se
render e Fran foi libertada do cativeiro, recebendo inúmeros elogios pois
graças à sua ousadia e esperteza, teve coragem de mandar numa garrafa o bilhete
de socorro, conseguindo não só sua liberdade como também a prisão dos
malfeitores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário