Paisagem matinal
Sérgio Dalla Vecchia
Algo me despertou daquele
sono reparador.
Pensamentos sonolentos não
conseguiam ainda identificá-lo, até que
um sutil aroma de relva mostrou-se presente. Pus-me em pé, já não tão
sonolento. O olfato era meu guia na busca do agradável perfume.
As venezianas filtravam
apenas os raios mais luminosos, para que no chão mostrassem em formação lado a
lado, as retilíneas silhuetas simétricas.
Cheguei até a janela e com
um leve toque na cremona, abri as asas da borboleta veneziana para uma decolagem
rumo ao mundo original.
O espetáculo era do dia,
apresentando-se garbosamente à mim, naquela manhã orvalhada na casa de praia.
A brisa sôfrega dominou meus
pulmões, enquanto o oxigênio puro me fez sentir mais vivo do que nunca.
A sensação de imortalidade
foi adida por uma majestosa árvore grumixama vestida de verde até o rés do chão,
que me acenava com os galhos animados ao
sabor do vento.
A imagem natural invadiu meu
cérebro e como um recado me induziu a aprender à viver a vida.
Vesti-me rapidamente com
roupas de banho e corri para o mar.
Lá chegando já estava
eterno!
(Texto criado através da imagem da janela - Maratona Literária 2020)
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