HISTÓRIA DE FUNDO DO PERSONAGEM
O PASSADO QUE JUSTIFICA O PRESENTE
A
história de um personagem nem sempre começa quando o escritor começa a contar
sua história. Todo o presente do personagem é reflexo do passado, da
experiência vivida em outros tempos. Para clarear e mostrar o que
realmente está acontecendo com o protagonista no enredo, há de se ocupar com seu passado,
dos momentos e ações que emprestaram a ele os sentimentos que ele traz para o
presente da narrativa, para isso os escritores fazem uso das “histórias de
fundo”.
HISTÓRIA DE FUNDO:
eventos significativos que ocorreram no passado do protagonista que podem ser
utilizados para preparar a progressão da história. Se refere a eventos que
aconteceram antes da história principal, fornecendo contexto para o que
acontece no tempo presente.
A
história de fundo pode vir em forma de PRÓLOGO,
onde são mencionados fatos de um passado que nortearam o personagem. Somente
depois desse acontecimento, a narrativa presente acontece. O prólogo serve para
mostrar o conflito do passado que justificará a trama que está sendo escrita. Normalmente
utilizados nos romances, fábulas, lendas.
Pode
vir em forma de FLASHBACK OU FLUXO DE
CONSCIÊNCIA. Esses recursos dão ao autor caminhos para relatar fatos
importantes do passado do personagem.
Através desses recursos, o leitor poderá entender o personagem, e até
“prever” do que ele seria capaz. São empregados em contos, fábulas, crônicas e
romances.
Pode
vir descrita na LINHA DE TEMPO do
personagem, informações esparramadas pelo texto, sem um nicho específico para
isso. Neste processo os fatos mais importantes podem ser mencionados no
decorrer da narrativa, contados de modo natural pelo narrador onisciente.
Estrutura empregada em contos e romances.
Pode
aparecer em DISCURSOS DIRETOS nos
contos e romances. É quando o personagem relata seu passado ou o passado de
outro. Nesta estrutura, é ele mesmo que conta para outro, sua trajetória, ou
parte do que se considera importante para mostrar os sentimentos do personagem.
Esses fatos vêm justificar ações no presente da narrativa. Esta forma é a menos
trabalhosa para o autor, porém não é valorizada pelo leitor.
Abaixo
temos 4 situações que REPRESENTAM HISTÓRIAS DE FUNDO. Devemos criar a narrativa
presente para esses trechos:
A
chuva densa escorre pelo para-brisa. A noite difusa faz confundir imagens e
luzes. Jordão está tenso segurando o volante, fazendo curvas de modo inseguro,
pensa em estacionar, mas não sabe onde seria apropriado naquele temporal. Sente
vertigens. Lembra que escondeu da esposa, esses sintomas, teve medo de ter o
mesmo fim que teve seu pai. Arrisca uma rápida olhadela para Lila que dorme
acintosamente no banco ao lado. A luz de um raio reflete a água no asfalto. O
automóvel não encontra resistência na pista alagada, Jordão volta a atenção
para a estrada, mas é tarde demais, o descontrole do veículo é total. A curva
fechada mais adiante, é mais um ingrediente que o atordoa, e o automóvel é
lançado contra o paredão naquele ponto da estrada. Lila está morta.
Aquiles,
finalmente, chegou ao cargo de gerente de produção da fábrica. Talvez não tenha
sido por competência, pois isso nunca é visto em suas atitudes, mas pelo seu
modo ardiloso, manipulador e invejoso.
Marisa tem uma imobiliária
no bairro onde mora. Está casada há dez anos, é feliz apesar de não ter
conseguido gerar os filhos que o marido tanto queria. Esse impedimento a faz
intransigente com as crianças de suas amigas, o que gera certo desconforto
entre elas. Ela, então, percebe as saidelas do esposo, o que a obriga a tomar
algumas atitudes.
Tantas
horas dentro da aeronave em viagem tão longa, provocam alguns incômodos devido ao pouco espaço entre as poltronas, devido ao ambiente fechado, com o
fato de estar dormindo com tantos estranhos... Germano lembra de cada detalhe,
dos sentimentos que se avolumaram dentro dele, e o fizeram agir daquele modo
tão brutal naquele dia...
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