Uma árvore capaz de produzir até 40 tipos de frutos diferentes:
Coober Pedy não é o primeiro, nem o maior
assentamento subterrâneo do mundo. As
pessoas se refugiam embaixo da terra para
enfrentar climas inóspitos há milhares de
anos
Para a Yara
Coober Pedy não é o primeiro, nem o maior
assentamento subterrâneo do mundo. As
pessoas se refugiam embaixo da terra para
enfrentar climas inóspitos há milhares de
anos
HOJE É DIA DE CRIAR, DE BRINCAR, DE SOCIABILIZAR
Cada quadrado, um ponto
para uma história - 24/10/23
Escolha um deles e comece seu conto.
Caminhoneiro |
Padre |
Historiador |
Beata |
Jornalista |
Houve um sequestro |
Adeus |
Viagem sem volta |
De repente, ele. |
Uma cesta de frutas frescas |
Chovia muito |
Vi a árvore pender com o
vento |
O cheiro de hortelã |
As pernas cruzadas |
Amanheceu, afinal! |
|
|
|
|
|
Antologia 2023
DESCOBERTAS
Textos do
livro:
ADRIANA FROSONI
1.
ESCOLHAS
2.
O OLHAR QUE NÃO ME VIA
3.
CANTEIRO DE GARDÊNIAS
4.
A SEGUNDA BALA PERDIDA
5.
A DIFÍCIL VIDA DE AURORA
ANTONIA
MARCHESIN GONÇALVES
1.
O HOMEM DA FERRARI AMARELA
2.
AS IRMÃS GÊMEAS
3.
BOA NOITE, CINDERELA
4.
DAUPHINI, O PRIMEIRO CARRO
5.
O CIRCO
6.
O FANTÁSTICO MUNDO EM OUTRA DIMENSÃO
GUSTAVO KOSHA
1.
SODOKU
ISES DE A.
ABRAHAMSOHN
1.
FADAS ÀS AVESSAS
2.
A RAPOSA DO PEQUENO PRÍNCIPE
LEDICE DE SÁ
PEREIRA
1.
DESABAFO DE UM RIO
2. NÃO CREIO EM
FANTASMAS, MAS...
3. O APARTAMENTO 48
4. UMA MUDANÇA
PARA MELHOR
5. MEU TIO MILTON
6. AS GÊMEAS
IDÊNTICAS
MARIA LUIZA MALINA
1.
PARÁBOLA PERDIDA NO TEMPO
2.
ILHA ESCURA E O PIRATA GUARDIÃO
3.
JACINTO, POBRE JACINTO
PAULO DA CUNHA
LIMA
1.
SANTA FÉ DOS SONHOS
SÍLVIA HELENA
DE ÁVILA BALLARATI
1. 1.O QUE FALTOU, AFINAL?
2 2. INVISIBILIDADE
SUZANA DA CUNHA
LIMA
1.
SANGUE NA TRILHA DA MONTANHA
2.
SOB O SOL DA NORMANDIA
3.
UM FOGÃO NOVINHO EM FOLHA
4.
ESSA TAL FELICIDADE
5.
SAUDADE
6.
A FADA E O PRÍNCIPE
7.
A IMPERATRIZ
8.
CAMBYÇARA
.
YARA MOURÃO
1.
UM AMOR QUASE ASTECA
2.
UM AMOR EM AMSTERDÃ
3.
QUE PENA
4.
BURACO NEGRO
5.
MARTINS
6.
INVISIBILIDADE
7.
AKIRA
8.
A FLORESTA DE GROFIS
HISTÓRIA DE FUNDO DO PERSONAGEM
O PASSADO QUE JUSTIFICA O PRESENTE
A
história de um personagem nem sempre começa quando o escritor começa a contar
sua história. Todo o presente do personagem é reflexo do passado, da
experiência vivida em outros tempos. Para clarear e mostrar o que
realmente está acontecendo com o protagonista no enredo, há de se ocupar com seu passado,
dos momentos e ações que emprestaram a ele os sentimentos que ele traz para o
presente da narrativa, para isso os escritores fazem uso das “histórias de
fundo”.
HISTÓRIA DE FUNDO:
eventos significativos que ocorreram no passado do protagonista que podem ser
utilizados para preparar a progressão da história. Se refere a eventos que
aconteceram antes da história principal, fornecendo contexto para o que
acontece no tempo presente.
A
história de fundo pode vir em forma de PRÓLOGO,
onde são mencionados fatos de um passado que nortearam o personagem. Somente
depois desse acontecimento, a narrativa presente acontece. O prólogo serve para
mostrar o conflito do passado que justificará a trama que está sendo escrita. Normalmente
utilizados nos romances, fábulas, lendas.
Pode
vir em forma de FLASHBACK OU FLUXO DE
CONSCIÊNCIA. Esses recursos dão ao autor caminhos para relatar fatos
importantes do passado do personagem.
Através desses recursos, o leitor poderá entender o personagem, e até
“prever” do que ele seria capaz. São empregados em contos, fábulas, crônicas e
romances.
Pode
vir descrita na LINHA DE TEMPO do
personagem, informações esparramadas pelo texto, sem um nicho específico para
isso. Neste processo os fatos mais importantes podem ser mencionados no
decorrer da narrativa, contados de modo natural pelo narrador onisciente.
Estrutura empregada em contos e romances.
Pode
aparecer em DISCURSOS DIRETOS nos
contos e romances. É quando o personagem relata seu passado ou o passado de
outro. Nesta estrutura, é ele mesmo que conta para outro, sua trajetória, ou
parte do que se considera importante para mostrar os sentimentos do personagem.
Esses fatos vêm justificar ações no presente da narrativa. Esta forma é a menos
trabalhosa para o autor, porém não é valorizada pelo leitor.
Abaixo
temos 4 situações que REPRESENTAM HISTÓRIAS DE FUNDO. Devemos criar a narrativa
presente para esses trechos:
A
chuva densa escorre pelo para-brisa. A noite difusa faz confundir imagens e
luzes. Jordão está tenso segurando o volante, fazendo curvas de modo inseguro,
pensa em estacionar, mas não sabe onde seria apropriado naquele temporal. Sente
vertigens. Lembra que escondeu da esposa, esses sintomas, teve medo de ter o
mesmo fim que teve seu pai. Arrisca uma rápida olhadela para Lila que dorme
acintosamente no banco ao lado. A luz de um raio reflete a água no asfalto. O
automóvel não encontra resistência na pista alagada, Jordão volta a atenção
para a estrada, mas é tarde demais, o descontrole do veículo é total. A curva
fechada mais adiante, é mais um ingrediente que o atordoa, e o automóvel é
lançado contra o paredão naquele ponto da estrada. Lila está morta.
Aquiles,
finalmente, chegou ao cargo de gerente de produção da fábrica. Talvez não tenha
sido por competência, pois isso nunca é visto em suas atitudes, mas pelo seu
modo ardiloso, manipulador e invejoso.
Marisa tem uma imobiliária
no bairro onde mora. Está casada há dez anos, é feliz apesar de não ter
conseguido gerar os filhos que o marido tanto queria. Esse impedimento a faz
intransigente com as crianças de suas amigas, o que gera certo desconforto
entre elas. Ela, então, percebe as saidelas do esposo, o que a obriga a tomar
algumas atitudes.
Tantas
horas dentro da aeronave em viagem tão longa, provocam alguns incômodos devido ao pouco espaço entre as poltronas, devido ao ambiente fechado, com o
fato de estar dormindo com tantos estranhos... Germano lembra de cada detalhe,
dos sentimentos que se avolumaram dentro dele, e o fizeram agir daquele modo
tão brutal naquele dia...
Não
creio em fantasmas, mas...
Ledice Pereira
Cecília entrou correndo em
casa. Bateu a porta com força, permanecendo ali atrás, sem coragem de dar
nenhum passo. Estava ofegante!
Desde que a família se mudara
para ali, estava infeliz. Não conseguia habituar-se ao bairro.
Achava a vizinhança soturna.
Ouvia ruídos estranhos que pareciam vir do além.
Passou a chave na porta,
experimentando várias vezes para certificar-se de que ninguém conseguiria
abri-la.
O medo a paralisara. Não conseguira
dirigir-se ao quarto, parecia ter os pés estavam colados ao chão.
Assustou quando seu irmão
abriu a porta, fazendo com que ele também se assustasse ao dar com ela ali
parada naquela escuridão.
A chegada dele a fez desabar
num choro nervoso.
Rogério custou a fazê-la parar
de tremer. Preparou-lhe um chá e abraçou-a, pedindo-lhe que contasse o motivo
daquele desespero.
Entre lágrimas e soluços, ela
contou:
– Eu voltei da faculdade e
quando desci do ônibus ouvi passos atrás de mim. Acontece que só eu desci
naquele ponto. Sabe ali onde tem aquele hotel abandonado? Então, eu estava
passando ali, quando ouvi uma cantoria. Olhei naquela direção e não vi nada,
mas o som ia aumentando à medida que eu me afastava e os passos também. Olhava
para trás e não tinha ninguém.
Senti até um perfume, acho que
uma mão que mexeu nos meus cabelos. Saí correndo. A rua estava deserta. Eu não
tinha pra quem pedir socorro. Me apavorei. Cheguei aqui e nem conseguia colocar
a chave na fechadura tanto que minha mão tremia. Estava em pânico.
– Eu vi – disse Rogério – você
me assustou. Mas acho que anda lendo muita história da carochinha. Tudo isso é
coisa da sua cabeça. Deve ter ficado sugestionada com a conversa que nossos
pais estavam tendo na outra noite. As pessoas andam falando que o hotel é mal-assombrado.
Tudo por conta da especulação imobiliária. Depois, vou com você até lá para ver, com seus próprios olhos, que lá não há nada.
Cecília não quis acompanhá-lo.
Preferiu ir tomar um banho para tentar se acalmar.
Rogério dirigiu-se ao local.
Ao chegar, ouviu o som alto que atribuiu a algum alto-falante. Foi entrando. Mal
pôde acreditar quando se sentiu laçado por uma mão peluda e braços fortes. Ele,
que sempre praticou musculação, não conseguia desprender-se daquele abraço.
Começou a suar, não queria dar
o braço a torcer, mas sentia-se impotente para enfrentar aquela força estranha.
As luzes do lugar tremiam. Um
gemido vindo lá de cima o assustou. Ele, que ainda pensava tratar-se de uma
encenação para que o prédio fosse vendido por um valor abaixo do de mercado, sentiu-se
flutuar. Ouviu uma risada estridente vinda sabe-se lá de onde. Seu corpo
inteiro tremia sem que pudesse controlar. Não conseguia mexer um dedo sequer.
Estava imóvel.
Soltou um grito alucinante
quando foi atropelado por um morcego.
A polícia invadiu o espaço.
Encontrou-o encolhido num canto sujo, cheirando a urina, coberto por penas de
galinha e asas de morcego. Chorava como criança.
Cecília tinha avisado os pais
que o irmão estava sumido há duas horas. O pai, pelo 190, acionara a polícia.
O rapaz nunca mais subestimou
alguém que tivesse medo. Sentira na própria pele os efeitos desse pavor.
Passados alguns meses, o hotel
foi derrubado, dando lugar a um edifício de apartamentos, rapidamente
construído por uma construtora de renome.
Era voz corrente que, às vezes,
ouvia-se ali, um som longínquo, de um coral de vozes masculinas, que entoava antigas
canções em uníssono, fazendo lembrar um canto gregoriano.