O GOLPE DO BAÚ
Antonia
Marchesin Gonçalves
Marina, filha de um grande industrial
foi preparada, como filha única, a se tornar a herdeira de todo o patrimônio
familiar. Na faculdade em Harvard, onde o avô e o pai também estudaram, ela
conheceu um rapaz, que não vinha de tão nobre estirpe. Com total afinidade, ele
muito simpático, educado e demonstrando estar apaixonado, e ela se apaixonou
cegamente. Ela sabia que os pais não concordariam nesse namoro.
O seu amado Claudio altamente capaz e
inteligente propôs que juntos arquitetassem o plano dele ser contratado na
empresa como executivo Junior até se formar. Ele soube aproveitar totalmente a
oportunidade se tornando logo valorizado. Ao se formar ele foi promovido ao
cargo de diretor, e assim a família aceitou o casamento. Felizes, depois de casados,
Claudio começou a mudar. Viviam em um
belo apartamento em frente ao Central Park, ele cada vez mais conquistando seu
lugar na empresa, mas se tornando um marido ausente, grosseiro e desinteressado
por ela. A verdade foi caindo, sofrida
percebeu que ele havia se casado por total interesse.
Claudio queria ter filhos, dizia que
isso iria preencher o seu tempo e o deixaria em paz, mas ela já desconfiada
respondia que não estava preparada para ser mãe ainda. Resolveu freqüentar
diariamente a empresa. O avô fazia parte do conselho diretor e seu pai
presidente, confiavam plenamente no
genro, não se tornando tão presente. Com calma ela contratou dois funcionários
que se reportavam diretamente a ela de total confiança, sendo criticada pelo
marido. A partir daí o relacionamento foi se deteriorando e começaram as brigas
que culminou em separação de quartos. A medida que Marina se aprofundava na
contabilidade da empresa foi percebendo que as contas não batiam, ela alertou o
pai e esse lhe disse que eram investimentos que Claudio fazia pela empresa.
Ao mesmo tempo ela começou a sentir
problemas e saúde, principalmente digestivos, tudo que comia fazia mal. Foi ao
médico de família que diagnosticou como stress, e recomendou férias. Certo dia
ao chegar mais cedo na empresa encontrou a secretaria de Claudio na sua sala
mexendo em seu bar, principalmente na garrafa térmica do seu café que ao chegar
sempre tomava. Perguntada o que fazia, Alice meio embaraçada pelo imprevisto,
disse-lhe que havia tomado o café que o da sua sala ainda não chegara e saiu
rapidinho. Desde que Claudio tornou-se diretor contratou Alice como sua
primeira secretaria, e Marina nunca deu muita importância, apesar de ser uma
moça bonita, com olhar astuto.
Esse episódio, a deixou-a alerta,
decidiu contratar uma investigadora, para saber da vida dela, nesse meio tempo
avisou o marido que queria o divórcio. Como ela esperava, ele se negou
terminantemente, disse que jamais daria. Ela, por total instinto decidiu mandar
sua investigadora analisar o café, horas depois o resultado, o café continha
resíduos de certa dose pequena de veneno, que administrado durante um período a
mataria. Sua investigadora Ana ao trazer a ficha de Alice dias depois,
confirmou o que Marina suspeitava, ela era amante de seu marido desde o tempo
de estudantes, não só amantes, mas sim casados em outro estado. Com o exame do café e mais o relatório,
ela conseguiu acusar o marido de bigamia, contratou uma auditoria financeira e
foi constatado desvio grande soma de dinheiro da empresa para o paraíso fiscal
em nome do casal, comprovando assim que tinha sido vítima de um golpe.
Conseguiu com as provas a condenação
deles. O seu pai a nomeou presidente executiva da empresa com a certeza de que
estaria à altura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário