Mudanças
forçadas
Antonia
Marchesin Gonçalves
Mudanças em geral não são bem aceitas pela maioria das pessoas, muito pior
quando são impostas contra a vontade dos cidadãos, como na cidade de
Petrolândia. Ela estava localizada às margens do Rio São Francisco. O seu
centro e todo povoado foram alagados para a construção da Usina Hidroelétrica
de Itaparica.
Os ribeirinhos como são chamados tinham o rio como meio de sobrevivência, isto
é, através da pesca que tinham o seu pão de cada dia. Era o caso da família de
Isadora, filha caçula de quatro irmãos homens e ela única mulher. Os dois mais
velhos já casados, todos pescadores, ela era a única a estudar e queria
continuar a estudar, com os seus catorze anos já cursava a nona série e o sonho
dela era fazer a faculdade de pedagogia.
Com a mudança de Petrolândia a chance dela seria maior em continuar os estudos,
no fundo do coração ela ficava dividida, sabia que a família sofreria com as
consequências da mudança, mas não tiveram escolhas. Realmente o recomeço foi
difícil, a nova cidade não ficava longe do rio, mas tinha mais estrutura e com
isso todos se adaptaram, principalmente Isadora que conseguiu completar os
estudos e agora está prestando o vestibular para a tão sonhada pedagogia, realizar
o seu sonho de ensinar os seus conterrâneos.
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