O JOGO DA VIDA - Sergio Dalla Vecchia

 


O JOGO DA VIDA

Sergio Dalla Vecchia

 

Nada como uma bela tarde de domingo para uma grande final do campeonato Estadual de futebol.

Os dois melhores times da temporada disputarão com garra e determinação o almejado título.

Para tanto a mais moderna Arena da época foi escolhida para a grande batalha. As armas dos gladiadores eram pés calibrados e cabeças duras para a cabeçada triunfal de possível gol, com a bola vindo de um escanteio maroto, cobrado pelo ponta direita de neurônios espertos.

As torcidas uniformizadas iam ocupando seus espaços em lados opostos, conforme rege o protocolo de segurança.

A Arena ainda dormia coberta pelo lençol verde do impecável gramado. Entretanto, com a entrada dos torcedores feitos formigas, brotando pelos tuneis de acesso às arquibancadas, o ambiente sofreu uma metamorfose. O burburinho das pessoas se acomodando ecoava pelos quatro cantos do campo. A energia do cenário agigantava-se.

As bandeiras coloridas conotavam um ar festivo ao evento. Gritos, assovios e as "Olas" gigantes elando todos os torcedores, despertaram a Arena do sono. Deu um pulo e integrou-se, interagindo totalmente com as torcidas.

Enfim chegou a hora!

Entraram em campo os dois times. Primeiro o Tricolor, na sequência o Alviverde. Fogos, bandeiras agitadas, pistolões coloridos davam as boas-vindas aos dois exércitos.

─ Cara ou coroa, perguntou o árbitro aos capitães?

Caiu coroa, o pontapé inicial coube ao Tricolor.

Bola ao centro, jogadores a postos, um apito e a bola rolou.

Iniciou-se o derradeiro jogo da vida.

Que sobreviva o melhor!


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