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FULO – O DRAGÃO E OS LIVROS - Antonia Marchesin Gonçalves

 

 


FULO – O DRAGÃO E OS LIVROS

Antonia Marchesin Gonçalves

       

 

                Nona (vovó em italiano), conta uma historia. Alê,  é hora de almoço não de dormir. Mas meus pais sempre contam na hora das refeições para que eu coma tudo. Então, vou pegar um livro. Não nona tem que ser inventada na hora, e de preferência de ação. Pensei comigo, tô ferrada. Bom, era uma vez um dragão, grande, com o rabo comprido, asas e braços fortes, um corpanzil, quer dizer, um corpo grande. Dava medo, mas era domesticado, o nome dele era FULO e diziam os antigos escritos que ele era guardião dos livros. Muito antigamente poucos sabiam ler, então não davam valor aos livros. Naquela época só os ricos aprendiam a ler e escrever, e os padres também.

                Voltando ao FULO, ele era muito inteligente, tinha superpoder, soltava fogo pela boca. Isso não é superpoder nona, todos os dragões soltam fogo pela boca, até eu sei. Para poder salvar os livros do mundo, ele tinha um ouvido poderoso, por mais longe que fosse, ouvia quando as pessoas jogavam fora os livros, então ele os recolhia, guardando em sua caverna. Mas a caverna já estava tão cheia que ele começou a guardar em volta dela, e os cobria com folhas de palmeiras para proteger da chuva e do sol. Por que ele guardava, dragão não sabe ler? Ah,  Alê, aí que está outro superpoder, ele sabia ler.

                O seu padrinho, a pessoa que o criou, era um cientista que estudava os animais, afirmando que não eram irracionais, quer dizer, que não eram inteligentes e não pensavam. Educou FULO para se expressar com os braços e facial para ser entendido, o ensinou a ler para mostrar ao mundo a sua teoria. O mundo, o chamava de cientista maluco, FULO era o seu modelo.

Mas um dia Norberto, o cientista maluco, ficou doente, ele ficou desesperado e foi chamar o médico da aldeia, mas quando chegaram nada mais podia ser feito, Norberto já estava morto. O desespero tomou conta de FULO, ele nunca matou sequer uma mosca, ele era vegetariano, só comia frutas, verduras e legumes, foi difícil entender que Norberto nunca mais cuidaria dele.

                Muito triste voltou para sua caverna ficando isolado lendo principalmente sobre a morte. Entendeu que todos um dia iriam ter o mesmo fim do Norberto, inclusive ele. Dali por diante, FULO preciso aprender a se defender, e a cultivar sua própria comida. Aprendeu a caçar pequeno animais e já voava para distâncias maiores.

 

Um dia, numa floresta que ele ainda não conhecia, escutou um barulho de asas se mexendo e ao olhar numa clareira. Era um dragão fêmea.  Ela era simpática tinha asas lilases, dentes alvos, e corpo quase retilíneo coberto por cintilantes escamas de fêmea. FULO se apaixonou, e foram morar juntos na caverna e FULO. Ele ensinou NOLA a ler e tiveram vários filhotes. Alguns livros tiveram que sair de dentro da caverna para que a família de FULO tivesse espaço para habitá-la.  E lá naquela caverna viveram felizes para sempre.

 

Gostou? Não gostei do final, coisa mais de menina, nem uma luta entre machos, ou ele ter ajudado algum rei na guerra, isso sim seria emocionante. Bom, nona, já comi tudo, vou brincar.

               

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