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DIETAS JÁ! - Silvia Helena de Ávila Ballarati (Vinha)



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DIETAS JÁ!
Silvia Helena de Ávila Ballarati (Vinha)

     Desde que resolvi emagrecer, estou lendo tudo que posso sobre o assunto e para minha surpresa, descobri que a obesidade vem se tornando um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção, caso nada seja feito para refrear esta tendência, é que tenhamos em 2025, 2,3 bilhões de adultos obesos e 75 milhões de crianças com sobrepeso, de acordo com o mapa da obesidade mundial.

     O Brasil não foge à regra. Segundo a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), atualmente temos mais de 50% da população adulta e 15% da infantil enquadradas nesta categoria.

     A questão não é meramente estética. Afora o fato de não nos encaixarmos nos modelos magros e longilíneos, que a mídia nos impõem, o problema da obesidade é ela estar relacionada a outras enfermidades como doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer.

     No afã de resolver logo minha questão, pensei na Cirurgia Bariátrica. Ela vem sendo apontada como solução em casos de Diabetes mellitus tipo 2 e para pacientes com obesidade grau 2 também, onde não me encaixo. Mas, este procedimento, por ser bastante radical, requer cuidado especial no pós-operatório e acompanhamento psicológico durante a fase de emagrecimento.

     A mudança de comportamento verificada é um verdadeiro divisor de águas. Bem-sucedida na quase totalidade dos casos, verifica-se após a perda considerável de peso, um aumento da autoestima, uma significativa volta à interação social, maior capacidade de trabalho, entre outros inúmeros benefícios.

     Ainda na busca por um milagre, soube de uma cidadezinha na Espanha chamada Narón, situada na região da Galícia, que inovou nesse aspecto.

     Preocupada com a saúde e o bem-estar de seus 40 mil habitantes, a Prefeitura propôs uma dieta coletiva ao observar o número crescente de obesos na população. Seis entre cada dez moradores de Narón encontram-se acima do peso.

     A ideia é perder coletivamente 100 mil quilos em dois anos. A dieta engloba alimentos naturais, vários peixes (em virtude da localização geográfica) e muita atividade física. As crianças estão sendo estimuladas a ir às escolas a pé ou de bicicleta.

     Como adesão ao projeto, os restaurantes criaram cardápios saudáveis e cadeias de fast-food perderam grande parte da clientela. Os pequenos produtores de alimentos regionais aderiram também. Concordaram em mudar a rotulagem frontal dos produtos industrializados em sinal de advertência. Avisados, os compradores pensam duas vezes antes de consumir.

    Fiquei ainda mais fascinado com a "Dieta Coletiva" ao saber que ao final de dois anos de experiência, a prefeitura, que espera economizar o equivalente a 6 milhões de reais em despesas médicas, vai doar este montante em forma de alimento para ONGs locais.

     A população toda está muito animada. Além de beneficiar o organismo, está fazendo bem para a alma.  Eles estão se divertindo muito com o novo modo de vida, a vigilância entre os cidadãos, a concorrência para emagrecer, o movimento que as caminhadas vêm trazendo, tudo mudou. Encontrei a solução do meu problema, vou me mudar pra Narón!!!


Um comentário:

  1. Muito bom o assunto e muito bem escrito. Parabéns, Vinha!
    Aprendi muito.

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