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UMA FIGURA MARCANTE- Ledice Pereira


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UMA FIGURA MARCANTE
Ledice Pereira


Que saudade da Loli!

Eu a conheci no Jardim da Infância. Teríamos uns cinco anos. E nossa amizade perpetuou através do tempo.

Aos onze anos fui morar a uma quadra da sua casa, onde ela reunia a turma e promovia brincadeiras e, depois, bailinhos.

Nunca estava só. Era a mais nova de quatro irmãos que a paparicavam e, talvez por isso, gostava de estar sempre cercada de gente.

Seu nome era Maria de Lourdes, mas, por causa de um pirulito que vivia chupando, acabou sendo apelidada de Lolipop (nome do pirulito) e depois, só Loli.

 Para onde você olhasse lá estava ela jogando Volei, Basquete, apostando corrida, pulando distância ou se destacando na Queimada.
Era aluna aplicada. Prestava atenção na aula e não precisava estudar em casa. Tirava notas altas sempre.

Eu, menos atenta às aulas, tinha que estudar muito e, nem sempre, tirava boas notas.

Adolescente, Loli aprendeu a dançar Rock como ninguém. Ela e Célia, outra amiga, ensinavam-nos a coreografia durante a semana, para que pudéssemos dançar nos bailinhos de sábado.

Estava sempre disponível para nos ajudar a enrolar brigadeiros e beijinhos para nossas festinhas de aniversário. É verdade que enrolava três e engolia um, mas tinha tamanha boa vontade que nós não nos importávamos com a traquinagem.

De vez em quando, ficávamos de mal, por causa de um patinete, ou de uma boneca, mas logo fazíamos as pazes e voltávamos a ser amigas.

Fomos confidentes de nossas primeiras paixões e só nos separamos na época em que mudamos de escola para cursar o colegial. Ela no científico e eu no clássico.

Nessa época mudei de bairro, estudava pela manhã, à tarde cursava piano no Conservatório Musical e já namorava firme.

Estivemos afastadas por um longo tempo e só depois de casadas e com filhos nos reaproximamos, chegando a programar alguns picnics com as crianças. Até que perdemos o contato.

Soube que ela havia se mudado para Campinas.

Quando completei cinquenta anos quis reunir os melhores amigos. Tentei encontrá-la. Em vão.

Após alguns meses soube que ela havia falecido. Prematuramente.

Não tivemos tempo de nos despedir.


Até hoje me lembro dela com carinho e muita saudade!

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