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Curiosidade: A PORTA "PEGA-GORDO" DO MOSTEIRO DE ALCOBAÇA


A PORTA "PEGA-GORDO" DO MOSTEIRO DE ALCOBAÇA




Alcobaça é uma cidade  uma cidade de Portugal, distrito de Leiria, região Centro-Oeste, a 97 klm de Lisboa, com cerca de 17.770 habitantes. É banhada pelos rios Alcoa e Baça, de onde se originou o nome da cidade. O concelho é densamente povoado, acima da média nacional; Possui dois trechos à beira mar (norte e sul) envolvendo com isso a vizinha cidade de Nazaré.

Alcobaça que fica a 88 quilômetros de Coimbra, em Portugal,  é conhecida pelo seu mosteiro,  em torno do qual se desenvolveu a povoação, a partir do século XV. Em estilo gótico,  foi fundado por D. Afonso Henriques em 1148, construído pelos monges de Cister e concluído em 1222.

Os primeiros monges de Alcobaça,  tiveram uma ação civilizadora notável: em 1296 abriram a primeira escola pública. Também desempenharam ações de assistência e beneficência através da botica e farmácia.

O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, também conhecido como Maria de Alcobaça ou mais simplesmente como Mosteiro de Alcobaça, é a primeira obra plenamente gótica erguida em solo português. Está classificado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e como Monumento Nacional, desde 1910.

Nos braços sul e norte da igreja do mosteiro, acham-se duas obras-primas da escultura gótica em Portugal: os túmulos dos eternos apaixonados do século XIV, imortalizados por Camões, D. Pedro e D. Inês de Castro. O mosteiro possui grandes dimensões. É constituído por uma igreja ao lado da sacristia e, a norte, por três claustros seguidos, sendo cada um circundado, na sua totalidade, por dois andares. O edifício completo ainda hoje possui uma área de construção de 27.000 m² e uma área total de pisos de 40.000 m². A área construída, juntamente com o claustro sul, terá tido a dimensão de 33.500 m². A fachada principal do mosteiro, da igreja e da ala norte e sul tem uma largura de 221 m, tendo o lado norte cerca de 250 m.

Os túmulos de D. Pedro I (1320-1367), de D. Inês de Castro (1320-1355), que se encontram na igreja, ainda hoje atribuem um grande significado e esplendor ao local. Os túmulos  são uma das maiores esculturas tumulares da Idade Média. Quando subiu ao trono, D. Pedro I tinha dado ordem de construção destes túmulos para que lá fosse enterrado o seu grande amor, D. Inês, que tinha sido cruelmente assassinada pelo pai de D. Pedro I, D. Afonso IV  (1291-1357).

Os monges de Cister, tendo ali vivido por muitos séculos construíram diversos aposentos que se destacam como os dormitórios,  cozinha, e refeitório. A exaustão  da cozinha é fantástica. Outro destaque é o sistema hidráulico que alimentava a cozinha. É surpreendente que os monges tenham desde muito cedo criado um sistema próprio de abastecimento de água. Do rio Alcoa, foi aproveitada uma fonte, cuja água foi encaminhada subterraneamente durante mais de 3,2 km. Por vezes, ela corria em direção ao Mosteiro, numa inclinação de 0,25%, através de túneis transitáveis ou por canais a céu aberto. Era desta forma que o Lavabo à entrada do Refeitório,  e a cozinha eram abastecidos de água. Dentro do muro do Mosteiro existiam também diversos poços, de onde provinha água potável. O uso adequado da água é uma característica dos monges de Cister. Seus mosteiros são sempre próximos de rios.

Os monges do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça eram submetidos na Idade Média a um tratamento infalível contra a obesidade. Até hoje não foi superado por nenhuma dieta. Os monges que comiam no refeitório eram obrigados a buscar a própria comida na cozinha ao lado. Ninguém podia servi-los.

Os superiores dos monges recorreram à porta pega-gordo porque a gula é um dos sete pecados capitais e a obesidade os tornava menos aptos aos trabalhos braçais. Os religiosos pertenciam à extinta Ordem de Cister, cujos seguidores trabalhavam como agricultores e produziam tudo que consumiam.

Os abades faziam de tudo para controlá-los a mesa. Mandavam comer sem pressa, mastigando, ouvindo no refeitório coletivo a leitura de um trecho da Bíblia. Regulavam o consumo de alimentos, punindo os desobedientes com uma dieta a base de pão e água. A carne e a gordura, até mesmo por motivos religiosos, que previam dias de jejuns e abstinências, foi vetada por muito tempo.

Abria-se exceção só no caso de doença.  Em 1666, porém, o papa Alexandre VII autorizou seu consumo. A liberação alterou as cozinhas da Ordem Cister, que precisaram aumentar a estrutura para assar dois bois inteiros, atravessados por grandes espetos. A lenda diz que a melhor solução foi encontrada por um abade do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, no Centro da Capital, construído no século 12, hoje transformado em museu. Ao visita-lo os turistas se surpreendem com o amplo refeitório e a enorme cozinha, cruzada por um braço desviado do Rio Alcoa.

No refeitório, os monges sentavam-se com os rostos virados para a parede e comiam em silêncio. O abade ficava de costas para a parede, observando os subalternos. Alguns metros a frente, havia uma porta de 2 metros de altura e 32 centímetros de largura. Serviria para controlar o peso dos monges. Uma vez por mês, eles deviam atravessá-la, o que era possível apenas se o fizessem de lado. Caso não conseguissem, o abade os submetia a dieta de pão e água.

Em 1834, foram obrigados a abandonar o mosteiro, pelo decreto governamental que suprimiu as ordens religiosas de Portugal.  Hoje, o Mosteiro de Alcobaça, considerado uma das sete maravilhas de Portugal, funciona como museu. Uma de suas atrações é justamente a porta pega-gordo. 

 
Porta "pega-gordo com 0,32 cm de largura)

         

Planta baixa do Arquitetura Cisterciense:

1- Igreja
2- Porta do cemitério
3- Coro dos conversos
4- Sacristia
5- Claustro
6- Fonte
7- Sala Capitular
8- Dormitório dos monges
9- Dormitório dos noviços
10- Latrinas
11- Caldarium
12- Refeitório
13- Cozinha

14- Refeitório dos conversos


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