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O ZÓIO DO ROCEIRO - M.Luiza de C.Malina


O ZÓIO DO ROCEIRO
M.Luiza de C.Malina

Eu  espiava o vai e vem dos cavalos.

Na cocheira eles davam uns rilinchus diferentes. Até o peão tava diferente.

Via uma coisa que brilhava direto nos meu zóio. Num conseguia disgrudá os zóios daquilo. As veiz o brilho fugia. Meus zóios rodavam ligero procurando o tar do brilho, até que chegava.

Oiei firme e discubri. Era o danado do relógio du home que ia andá di cavalo.

Mi escondi no meio do capim no caminho que ele ia passá. Ele vinha sozinho. Eu tava andando agachado, feito sapo. Éh! Feito sapo que gruda e num deixa mato balançá.

O danado do cavalo era o mió. Arisco que só, num adiantava colocá cobra no pé.

Corri mais do que minhas perna. Cheguei primeiro perto da ponte. O rio tava seco com uma fieiriiiinha de água prá boi bebê.

O cavalo relinchou.

O home intendeu e foi debaixo da ponte. Arreiou. De pé se esticava todo e eu, atrás dele, coloquei um saco na  cabeça dele,  e amarrei firme.

Ele gritô.

Eu peguei o braço, tirei o relógio e vortei correndo.

Ele ficou que nem boneco do milho, de braço aberto espantando os passarinho co´s grito.

O cavalo se foi de mansinho, e eu subi no galope até a cocheira. Oiei e preguntei:


- Ué! cadê o home ?

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