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SOZINHO - Mario Tibiriçá



SOZINHO
Mario Tibiriçá



Aos saltos, ele corria desajeitadamente  pelas coloridas calçadas, tinha urgência, muita  urgência, precisava dizer à faxineira ,sua  mãe,  que as coisas iriam melhorar.

Fizera o gol da vitória, fora o melhor da praia, convites para jogar em times profissionais surgiram. Tinha toda a pressa do mundo.

A mãe,  faxineira  em muitas das casas da orla, o criara com muito carinho  e havia entre eles um entendimento tácito, fácil, corriqueiro, verdadeiro e sem palavras.

Com peito arfando, ruborizado pela corrida, avistou  o seu portão, apertou os passos em direção a casa para  gritar:

— Estou pronto mãe, vou ser profissional!

Aos  saltos atravessou o  portão  gritando:

— Mãe, Mãe !

Passou  pela sala voando e gritando.  Porem o silencio permanecia e  a resposta surda da casa vazia, doía-lhe  nos ouvidos.

— Mãe, Mãe  onde  você está.

Angustiado, faltava-lhe  folego, sua mãe era  tudo, amiga, camarada, amorosa, e sem dúvida principal figura pelo seu sucesso, não tendo  lhe faltado apoio, estimulo, amor e  bondade. Vencera, porem a vitória fora da mãe. Era preciso contar a ela.

Na desenfreada correria para  chegar a casa, não  reparou numa  ambulância saindo   do local, levando sua maravilhosa incentivadora.


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