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Pau que nasce torto - Vera Lambiasi



Pau que nasce torto
Vera Lambiasi

Evandro era, desde a infância, um sujeito esperto.

Sua família não passava privações, mas ele estava sempre a procura de um dinheirinho.

Ainda menino, tinha um porquinho estufado de moedas.

Indagado, respondia à mãe, que as pessoas da casa iam perdendo suas posses , e ele, ia achando.

Em restaurantes, seu pai pagava a conta e, ao se levantar, deixava uns trocados ao garçom. Evandro, esperava todos tomarem o rumo da saída, e passava a mão na gorjeta.

De esperteza em esperteza, ainda jovem, comprou uma lanchonete, em sociedade com o primo mais velho.

Angariava, com sucesso, eletrodomésticos usados dos amigos, para montar o estabelecimento. Jogava uma conversa mole, e conseguia o que queria.

Geladeira doada, cobrou do primo a parte dele.

Até que o dito cujo descobriu a safadeza, desfez o negócio, e contou ao pai de Evandro.

Confrontado, respondeu o malandro:


    Fui eu que consegui, ué, ele que me pague pelo trabalho!


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