Lembranças
Judith Cardoso
Obviamente só posso
escrever sobre a bailarina. Quando pequena aos 4 anos já era bailarina! E por
isso meu pai me colocou no Conservatório de São Paulo, onde desde então
desempenhei meu papel.
Dancei, dancei e
dancei! Aos 10 anos fui para a escola do Teatro Municipal, onde, em pouco tempo,
tornei-me a Primeira bailarina. Que saudades! Quanto eu amava essa atividade! Nada mais importante do que aquelas aulas.
Duraram tantos anos, até chegar aos 15 anos.
Nessa altura, que besteira! Naquela época
não era muito comum a profissão de bailarina, e meu pai que era professor de
latim, me empurrou para os estudos.
A tontona sem parâmetros para se espelhar,
lá foi fazer Direito, de uma maneira muito torta.
Qual o quê! Não deu uma coisa nem outra.
Que idiota!
Não tive mais nenhuma profissão e quando me
ponho a pensar, imagino na minha casa, onde meu filho tem uma academia de
lutas, que aquele espaço seria uma bela sala de aulas de balé. Pena que na
minha idade já não dá para recomeçar, principalmente com este corpão atual.
Talvez fosse um belo jeito de revalidar minhas energias, mas acredito que a família
me internaria como uma velha louca.
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