AQUELE QUE
FOI SEM TER SIDO
Mário Tibiriçá
As
derrotas em sequência aniquilaram
as pretensões à títulos e conquistas que os torcedores esperavam. A
diretoria do clube, já em meados do
campeonato, nadava em contradições histéricas dos dirigentes, quaisquer
esperanças eram, ou melhor seriam,
soluções para os graves problemas
políticos principalmente
financeiros do clube.
Eis
que, em dia de treinamento, repórteres famintos por notícias podres e fofocas
permanentes faziam plantão no clube. Apareceu também um garoto nos seus 21 anos, alto, corpo
atlético, um Apolo, com apetrechos esportivos debaixo do braço, pedindo para
treinar.
O técnico do futebol, já sem esperanças e quaisquer outros
recursos para fazer a esquadra jogar bem, aceitou que mais um pudesse tentar
contribuir para tirar o clube
da encrenca vivenciada.
— Como é seu nome menino? - quis saber o técnico.
— Jorge Luiz - respondeu o rapazinho com
os olhos cheios de esperança e o coração
aos pulos pela possibilidade de participação no treino.
— Qual é sua posição Jorge Luiz?
— Eu sou meia, mas jogo onde o senhor
mandar.
— Bem,
entre lá na meia e vamos ver.
Jorge Luiz encantado, entra no
treino e passa a fazer fantásticas
jogadas organizando , botando ordem, e dando seriedade ao elenco e
ao treino.
— Meu Deus, de onde saiu esse garoto?!
- disse o técnico.
— Ele
é fantástico - gritava o treinador
já imaginando a ressurreição do time.
No domingo seguinte a irritada torcida
pôde ver no campo um novo ídolo, paradigma de vontade, lucidez, esforço
e carisma que mudaram a face do time.
Mais tarde, divulgando para a imprensa
detalhes do jogador, da grande vitória e ressurreição do clube, o treinador dizia “ Eu já sabia”.
Jorge Luiz, endeusado, celebrado em prosa
e verso, apenas sorria.
JAMAIS HAVIA JOGADO EM UM TIME
PROFISSIONAL.
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