A LUA
Oswaldo Romano
Ela sempre inspirou o romantismo da moçada de todas
as raças. Marcava a lembrança das noites felizes e amorosas quando os namorados
trocavam palavras doces, juras de amor, e juntos a miravam com olhos
enternecidos. Mal sabiam que a lua
estava minguando para eles.
Fitada com pureza, devoção, ternura e muita
admiração por olhares afetados de todos os recantos da terra, distribuía seus
reluzentes e fluentes raios que provocavam as mais belas inspirações.
Vieram as descobertas espaciais...
Impaciente, o homem com
seus brinquedos esquisitos desfizeram diabolicamente estes sentimentos
encantadores, tocando seu solo e relatando ao mundo a composição da sua
superfície: Cheia de profundas e negras crateras, saliências pontudas e enorme
lençol de pó!
Acabaram com o romantismo e as faladas virtudes do São
Jorge, seu santo defensor, que desde criança, era respeitado, temido pela sua
reluzente espada.
— Por que vocês desmancharam os sonhos de tantas gerações?
Agora tento enganar a deusa da minha rua, ela tem os olhos onde
a lua vinha buscar a claridade.
Senhores americanos e russos. Sob pena de assistirem ao desmonte destes jovens, vítimas da
descrença, desesperados, já não andam bem da cabeça, são amantes perdidos.
Prometam senhores donos do mundo, que usando todos seus
sábios poderes, irão construir, lá no chamado Mar da Tranquilidade, um jardim
encantado.
Faça-o com o poder, digno como o
eternamente sonhado, uma justa compensação à frustração por que estes amantes estão
passando.. Quiçá uma nova e
emocionante atração às futuras viagens nupciais!
Eles esperam amando-se num poço de dor e
amargura, mas só darão o tempo até chegar o desespero. Cuidado! Poderão se
transformar em babélicos nos próximos anos.
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