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PEDRA NO CAMINHO - Antonia Marchesin Gonçalves

 



PEDRA NO CAMINHO

Antonia Marchesin Gonçalves

 

Caminhando pela vida, percebi que durante a nossa existência terrena temos que enfrentar as pedras do nosso caminhar. Um caminhar rico em experiências alegres e tristes.

A primeira pedra é ao nascer, fazer muita força, mesmo quando não queremos sair e deixar o líquido amniótico quentinho e sentir o pulsar do coração que te carrega com orgulho durante nove meses, é a primeira pedra escorregadia. Segunda é ter que sugar o teu alimento, o leite materno e quando se apreende tem que aprender a mastigar. A medida em que se crescem, as pedras aumentam. Nunca diminuem, vem o andar, alfabetizar, se formar ou não, mas trabalhar, casar, formar família, sustentar, educar, tudo regado a se apaixonar.

Apaixonar por tudo que se faz, mas nem sempre se consegue a motivação para ultrapassar todas as pedras que rolam à medida que se envelhece. Com sorte, cinquenta, sessenta, oitenta anos, está sozinha de novo, com ou sem companheiro. Aí vem a pedra maior, não desliza, trava as pernas, as costas, o cérebro mais lento, tudo gradativo sem perceber. Aí, sim, é a pedra montanha. Difícil superá-la porque não depende mais em momento algum de você, mais de inúmeros especialistas. Do coração, pulmão, rim, bexiga, pele, mente e por aí vai. Que temor gera a maior pedra. A própria denominação gera pânico, equivale à sentença de morte, o câncer, a mais temida doença.

Essa pedra difícil de ultrapassar, alguns não conseguem e ela passa por cima como um trator. Estamos no ano 2023 e nem todos os médicos conseguem extirpar do planeta a tal.

A opinião geral é que só a prevenção, isto é, ter tempo e paciência para ser pego no início. O alívio vem quando dizem, pode-se operar e depois, tira-se tudo. O controle após tratamento nem sempre fácil, cinco anos para a liberdade total. Mas apesar de termos que enfrentar tantas pedras no caminho, vale a pena vivê-las. Nos dão forças e a provas que temos amigos solidários, nos encorajam com carinho, cada um do seu jeito, fazendo corrente de orações, mandando mensagens de solidariedade e alegria, que nos surpreende e nos sentimos acolhidos, tendo a certeza da fé que não estamos sozinhos. Temos que ter nas lembranças dos momentos felizes que o caminhar nos dá, essa energia nos dá força de transpor todas as pedras que rolam pela vida.

 

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