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A epopeia de Teu - Fernando Braga




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A epopeia de Teu
Fernando Braga


Aquele moleque, bem pequeno ainda,
O apelido de Teu, do pai recebeu,
Que pegou bem entre os parentes,
Amigos e, colegas do colégio seu.
O cognome ficou tão associado a ele,
Que frequentemente não lembravam,
Que seu verdadeiro nome, era Aristeu.

Agora casado, dois filhos tinha,
E era um excelente maridão.
Quando com os amigos saia,
Aguentava toda aquela gozação.
— Oh Teu! O que é teu é nosso?
Vendo a malícia, sorria e dizia:
- Homem não! Só mulherão!

Certo dia, na Netflix assistiu à série,
De Escobar de Medellin e, sua proeza,
O maior chefe do quartel de drogas,
Este gênio, que saindo da pobreza,
Para ele, um homem forte, macho,
Contra tudo, contra todos lutando,
Ficou tão rico, que atingira a realeza.

Sua vida passou a ler com avidez,
De Pablo, a todas séries assistiu,
Tornando-se inconteste fã então,
Deste herói, que jamais desistiu,
De todos seus objetivos e para tal,
Bem junto com seus asseclas lutou,
Contra o governo, e à sua polícia resistiu.

Um Robin Hood para ele, era este homem,
E a todos que encontrava, Pablo enaltecia,
Não aceitava que o chamassem de bandido,
De assassino desalmado, pois sempre fornecia,
Comida aos carentes, necessitados do país,
Combatia aos gringos que sua extradição pediam.
Devia ter sido presidente, ele bem o merecia.

Oh Teu! Deixa de ser um, cretino, besta,
Este homem era um doente mental,
Um avião estourou, matando mais de cem,
Só não aceita o fato, se for um doente igual.
O homem, uma terrível barbaridade foi,
Centenas de homicídios, genocídios praticou,
Deve aceitar que, poucos cometeram tanto mal.

Certa noite, já bem tarde, Teu optou,
A nova série de Pablo assistir, estava afim,
Foi quando sua mulher do quarto gritou,
Pra cama Teu, não me deixe ter vontade assim,
Sabia o que a esposa queria, a conhecia,
Mas, não dava pra parar naquele pedaço,
E continuou vendo, torcendo até o fim.

Quando foi deitar-se a mulher dormia,
Pegou logo no sono e um sonho veio,
Participando estava do convívio dos bandidos,
E Vitória, a mulher do chefe bem no meio,
Foi quando ela o chamou para saírem um pouco,
Foram conversar  na saleta à meia luz,
Ao chegarem, mostrou-lhe e apertou seu seio.

Devagar, seus lábios aproximaram-se dele,
Que excitado balbuciou bem temeroso:
— Se Pablito souber, perdido estamos,
— Não vai nos perdoar, seu todo poderoso.
Ela se aproximou, e junto a seu ouvido disse:
— Tive outros casos e ele sabe disso,
 Não se incomoda, me estimula, nada conflituoso.

No final daquele ato tão libidinoso,
— Eu quero morrer, gritava Teu!
Sua mulher nua, em cima dele pulava,
E também gritando chorava:- Teu, você é meu!
Acordado agora, muito satisfeito estava,
Pois desafiado tinha, o poderoso Pablo,
Para ele agora, nada mais que maricon e ateu,

E mais... Um Maricon de Playa.



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